Camila Queiroz, Adidtal
Na América Latina, o Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial, celebrado em 21 de março, será marcado por ações em prol da igualdade e em rechaço à discriminação. Instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU), a data rememora o Massacre de Shaperville, ocorrido em 1960, quando negros em manifestação pacífica contra a lei do passe, na África do Sul, foram assassinados pelo exército. Neste ano, as atividades ganham mais força com a proclamação, pelas Nações Unidas, do Ano Internacional para Descendentes de Africanos.
Na Argentina, afrodescentes e africanos realizarão, já no dia 20, o festival “Soy Afro”, na Praça de Maio, a partir das 15 horas. A intenção é manifestar-se a favor da igualdade de oportunidades e contra o racismo. O evento contará com a participação dos artistas afrodescentes Fidel Nadal e Carlos García Lopez e acontece junto ao Primeiro Congresso de Afrodescentes e Africanos da Argentina.
No Brasil, o Comitê de Mobilização Contra o Genocídio da População Negra, de São Paulo, organizará o ‘Ato contra o Genocídio da População Negra’, no dia 21, na Praça Ramos, em frente ao Teatro Municipal de São Paulo, com ações a partir de meio-dia e ato político-cultural às 18 horas. No mesmo dia, na cidade de São Bernardo do Campo, o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (APEOESP) convida para um debate contra o preconceito racial, seguida da exibição de um filme ligado à temática, na sede da entidade, a partir das 18 horas.
Os organizadores dos eventos destacam o aumento do número de homicídio de negros no país, principalmente jovens do sexo masculino, o que consideram como um genocídio da população negra. Divulgado em fevereiro pelo Ministério da Justiça (MJ), o Mapa da Violência 2011 aponta que, em 2008, morriam 103% negros a mais que brancos, enquanto em 2002 o percentual ficava em 46%. A taxa de homicídios entre os negros, em 2008, foi de 33,6 em cada 100 mil.
Na capital do Uruguai, Montevidéu, haverá o lançamento oficial da publicação “Coalizão Latino-Americana e Caribenha de Cidades contra o Racismo, a Discriminação e a Xenofobia”, produzida a partir de uma parceria entre a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) em Montevidéu, e a Organização Mundo Afro.
Com as palavras de ordem “O povo diz e tem razão, não mais racismo na Colômbia, não mais discriminação”, será realizada a Jornada de Luta contra a Discriminação Racial, que reivindica a criação de uma entidade nacional autônoma para executar a coordenação de políticas públicas a favor da população afrocolombiana, bem como do Fundo Nacional para o Desenvolvimento da População Afrocolombiana, dentre outras medidas.
Para fortalecer os conhecimentos teóricos e práticos dos servidores públicos e representantes de organizações da sociedade civil, o Ministério de Descolonização da Bolívia iniciará, na próxima segunda-feira, o primeiro curso “Gestão de Políticas Públicas e Estratégias Interculturais de Descolonização. A abertura será às 10 horas, nos pátios do prédio central do Ministério de Cultura.
OEA discute projeto para Convenção contra discriminação
Durante a sessão extraordinária do Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA) para celebrar o Ano Internacional dos Afrodescendentes, ocorrida no último dia 15, o presidente do Grupo Encarregado do ‘Projeto de Convenção Interamericana contra o Racismo e Toda Forma de Discriminação e Intolerância’, o ministro conselheiro Danilo González, da Costa Rica, informou como estão as negociações para o Projeto, cujo preparo teve início em 2005.
Ele apontou divergências sobre a adoção de um único instrumento internacional. Frente ao impasse, na próxima Assembleia Geral da OEA, em junho deste ano, o grupo encarregado deverá apresentar um projeto de resolução para tentar facilitar o consenso entre os países.
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