Grupo da CPT BA visita os Tupinambá

Assessoria de Comunicação

“Resistir para existir”, disse seu Quinquin, trabalhador do município baiano de Casa Nova durante visita aos índios Tupinambá, em Olivença, Ilhéus – BA.  O encontro aconteceu em uma área de retomada dos índios e integrou a programação do Conselho da Comissão Pastoral da Terra – CPT BA, no dia 8 de dezembro.

A visita aos índios foi um momento marcante do Conselho e teve o objetivo de ouvir um pouco sobre a história de luta dos Tupinambá, sobretudo da região Sul do Estado, e ainda levar o apoio e solidariedade da CPT a este povo que busca o reconhecimento do seu território.

Dona Nivalda, uma das lideranças indígenas da região, recebeu o grupo da CPT ao lado de jovens índios e índias. Antes de narrar a história dos Tupinambá, pediram a benção aos Deuses através de um ritual próprio envolvendo música e dança.
A conversa foi encaminhada por dona Nivalda, que contou sobre a identidade dos Tupinambá referenciada por um manto sagrado encontrado em 2006. A peça indígena estava fora do país e há quatro anos foi identificado por dona Nivalda. A índia lembrou dos contos da avó, da história oral que foi transmitida pelos ancestrais, para reconhecer um dos símbolos do seu povo.

“Fui para São Paulo, para o parque do Ibirapuera. Tinha muitas peças indígenas, mas quando vi o manto não tive dúvidas. Era igual ao que minha avó contava”, revelou.

A identificação do manto sagrado deu um fôlego à luta dos Tupinambá, que têm uma história marcada pela marginalização, preconceito, hostilidade e violência. Ela contou que foram expulsos da terra e que vivem sob constante pressão e ameaças. “Botam pistoleiros, expulsam a gente, mas eu não tenho medo”, afirma dona Nivalda.

Hoje a região conta com 18 retomadas. Um número expressivo e que revela o descaso e a falta de interesses do Estado na defesa das comunidades tradicionais. A área de retomada visitada pelo grupo da CPT já tem três anos. “Daqui a gente não sai de jeito nenhum. Vamos lutar até termos o reconhecimento do nosso território”, enfatiza.

Além da história dos Tupinambá revelada por dona Nivalda, o encontro com o grupo da CPT foi também uma momento de partilha. Seu Quinquin contou um pouco sobre a caminhada dos pobres na sua região. Com muita sabedoria revelou que a luta é árdua e que não se pode desanimar. “Não podemos perder a esperança e com a graça de Deus vamos lutando e vamos conseguir a nossa terra”. Através da história de sua região, seu Quinquin mostrou que os índios não estão sozinhos. “Estamos longe um do outro, mas a luta é uma só”, completou.

No final do encontro, seu Quinquin abençoou o grupo e dona Nivalda declamou uma poesia de amor e luta de um povo pela terra.

http://www.cptba.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=522:grupo-da-cpt-ba-enontra-os-tupinambas&catid=8:noticias-recentes&Itemid=6

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