Hidrelétrica de Castelhano e a plantação de eucalipto da Suzano – Por que o povo é o último a saber?

Uma vez a imprensa maranhense demonstrou que um determinado grupo político do Estado estava comprando terras por onde iria passar um suposto gasoduto.

A reportagem me fez pensar que o grupo político tinha a informação privilegiada acerca do futuro gasoduto e assim estava comprando terras para receber as compensações pela passagem do gás. O mais interessante era que praticamente pouquíssimas pessoas sabiam desse suposto gasoduto.

A partir de então comecei a refletir acerca dessas grandes obras e percebi que os mais ricos sempre chegam primeiro. Vou explicar. Vejamos a Refinaria Premium da Petrobrás em Bacabeira/MA. A obra nem começou direito e as terras próximas à refinaria já estão sendo compradas por grandes empresas e especuladores.

Pegando esse exemplo e levando para o Piauí, temo que o mesmo processo de especulação esteja sendo utilizado no município de Palmeirais/PI. Palmeirais é um município piauiense nas margens do Parnaíba que sempre viveu uma situação de pobreza. A pequena economia do município se limita à pecuária primitiva e ao extrativismo. Entretanto, da noite para o dia, Palmeirais acordou rica, pois irá receber uma enorme plantação de eucalipto da Suzano e irá receber a Hidrelétrica de Castelhano.

Palmeirais nunca mais será o mesmo. E o povo será o mesmo? Creio que será o mesmo, pois o povo é o último a saber.

Para ter idéia, o povo não sabe a verdadeira dimensão das margens da barragem. O povo também não sabe a dimensão da cultura de eucalipto.

O povo só sabe que irá perder sua casa, sua terra, sua história e sua identidade. No lugar dessas perdas, o povo irá receber uma reparação financeira quando da desapropriação. E só!

Enquanto isso, os grupos poderosos por trás da Suzano e da Hidrelétrica já sabem de tudo. Sabem onde estarão as margens do lago artificial que será formado. Sabem as áreas que serão plantadas e assim sabem onde investir e como especular.

Por isso, os ricos brasileiros continuam cada vez mais ricos e as periferias urbanas cada vez mais violentas.

É preciso haver clareza na implantação dessas grandes obras.

O povo não pode ser o último a saber.

Enviado por Edmilson Pinheiro
http://rlat05.blog.uol.com.br/

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