Contextualização: Da Rio 92 a Nagoya 2010

Assim como nas negociações sobre as mudanças climáticas, a agenda da Biodiversidade também teve seu início formalizado no Brasil, no Rio de Janeiro, em 1992.

Mas por que um tema como a Biodiversidade merece um acordo global entre todos os países?

Seguindo ao pé da letra a definição da própria convenção, “biodiversidade é variabilidade entre organismos vivos de todas as origens, compreendendo os ecossistemas terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquáticos e os complexos ecológicos de que fazem parte, compreendendo ainda a diversidade dentro das espécies, entre espécies e de ecossistemas”. É na verdade um acordo sobre a própria vida. Daí a sua importância, que estranhamente é pouco reconhecida.
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Brasil: comunidades impactadas pela monocultura do eucalipto realizam intercâmbio de experiências em Minas Gerais

Winnie Overbeek

Nos dias 19 e 20 de março deste ano, membros de comunidades e movimentos camponeses, indígenas e quilombolas dos estados do Espírito Santo e da Bahia que lutam para conquistar seus territórios invadidos por empresas que exploram a monocultura de eucalipto, realizaram uma visita de solidariedade e de intercâmbio  às comunidades de Raiz e Vereda Funda no município de Rio Pardo, norte de Minas Gerais.  Essas são duas comunidades que estão na luta pela reconquista do seu território tradicional.

Há mais de 30 anos que a região do norte de Minas Gerais foi tomada por empresas para explorar a monocultura de eucalipto para fins de carvão, fonte energética para a produção de ferro e aço nas dezenas de siderúrgicas localizadas neste estado. A invasão do eucalipto foi devastadora: as empresas conseguiram plantar mais de 1 milhão de hectares de eucalipto, formando uma das maiores áreas contínuas desta monocultura no mundo.
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Ypo’i e a (in)justiça

Egon Heck

O dia 20 de outubro já se despedia, quando a juíza Lisa Taubemblatt pronunciou mais uma sentença contra os direitos indígenas. Em Ponta Porã, na fronteira com o Paraguai – terra onde foram absolvidos os assassinos de Marçal de Souza Tupã’y – tem se notabilizado as constantes decisões contrárias aos povos Kaiowá Guarani da região. Depois de uma audiência em que as quatro lideranças da comunidade de Ypo’i tiveram que assistir calados as acusações e debates sobre sua realidade e direitos, a decisão veio como uma flechada no coração: “Vocês têm dez dias para deixar a fazenda São Luiz”. Trata-se de deixar em o local onde estão enterrados seus pais, avós e inúmeros antepassados que ali viveram até vinte e sete anos atrás.  É uma sentença para abandonarem o espaço donde foram violentamente expulsos há menos de um ano atrás.  É o local onde foram assassinados os professores Genivaldo e Rolindo, sendo que deste último sequer o corpo ainda foi localizado e onde não tiveram permissão de sepultar Genivaldo, conforme entendia ser seu direito e desejo.  É desse espaço tradicional e sagrado que a juíza determinou que saiam. Será que existe injustiça maior?
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Eleições exigem discernimento, por Frei Gilvander Moreira

Tentarei me manifestar da forma mais isenta possível, com um único objetivo: mostrar que esse ambiente de terrorismo religioso só faz mal ao país. Deveríamos aproveitar a eleição presidencial, principalmente no segundo turno, quando só há dois candidatos, para discutir propostas e realizações para nosso país.

Mas não, a eleição se resume a quem é a favor do aborto, quem é contra união civil de homossexuais, uma ‘guerra santa’ que não só atinge a imagem do Brasil no exterior, como menospreza a inteligência dos eleitores.

Nós, se nos consideramos inteligentes, não podemos aceitar essa pauta. Não nos deixemos contaminar pelo baixo nível da vitória a qualquer custo. Quem quer que ganhe, explorando este tipo de discurso, certamente pagará a conta no futuro pelo clima bélico criado.
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A religião e as eleições: Um debate medieval. Entrevista com Moisés Sbardelotto

“Parece-me que a religião que brota no meio do debate político é apenas uma faceta, talvez a mais negativa, do âmbito religioso”, afirma o jornalista Moisés Sbardelotto em entrevista concedida por e-mail à IHU On-Line. “A discussão religiosa que se manifestou no debate político mostrou ser extremamente reacionária e conservadora, apelando para aspectos quase medievais de um debate que, de fundo, é do âmbito científico, bioético”, acrescenta.

Com experiência na área da Comunicação, Moisés atua principalmente nos temas de midiatização, religião, cibercultura e internet. Em sua entrevista o jornalista fala sobre a dimensão da religião no debate político neste segundo turno, descreve a relação entre as igrejas, a mídia e as eleições, além de refletir sobre a força da mídia em formar opiniões e/ou decidir votos.

Moisés Sbardelotto é mestrando em Ciências da Comunicação pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos, na linha de pesquisa Midiatização e Processos Sociais. Possui graduação em Comunicação Social – Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS, 2006). Atualmente, é coordenador adjunto do Escritório da Fundação Ética Mundial no Brasil, com sede no Instituto Humanitas Unisinos – IHU, em São Leopoldo.

Confira a entrevista.

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A ‘vida’ como eixo central do segundo turno de 2010

“O valor “vida” entrou na campanha eleitoral de 2010 pelas portas do fundo. Pior ainda, o tema foi manipulado por chantagens de baixo nível publicitário com a intenção de confundir a mente do eleitor comum e assim conquistar dividendos eleitoreiros”, escreve Raimundo Caramuru Barros.

Segundo ele, “É digno de nota que lideranças católicas tenham se deixado envolver nesta armadilha eleitoreira”.

Raimundo Caramuru Barros é mestre em economia pelo Boston College, EUA. Foi consultor do Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID e atuou como especialista nas áreas de transportes, trânsito e meio ambiente, dedicando-se em seguida à assessoria de diversas organizações não-governamentais. É autor de Desenvolvimento da Amazônia – como construir uma civilização da vida e a serviço dos seres vivos nessa região (Editora Paulus, 2009). Publicou livros e artigos sobre a Igreja no Brasil, entre eles, Dom Helder: Artesão da Paz, uma publicação do Senado Federal, volume 120.
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O 2º turno e os evangélicos. Entrevista especial com Leonildo Silveira Campos

Apontados como os responsáveis por levarem as eleições presidenciais para o segundo turno, os evangélicos são tema de análises e reflexões sobre os caminhos dessa fase do pleito desde que a apuração dos votos apontou uma disputa entre Dilma Rousseff e José Serra. A IHU On-Line entrevistou, por e-mail, o professor Leonildo Silveira Campos que discorreu sobre como os evangélicos adentraram a pauta dos debates eleitorais e como este grupo religioso tornou-se um fenômeno sociológico importante na política atual. “Acredito que os evangélicos foram usados como ‘bucha de canhão’ numa guerra facilmente apresentada a eles numa retórica que sempre foi muito bem aceita: a luta do ‘bem’ contra o ‘mal’”, escreveu.

Leonildo Silveira Campos é graduado em Filosofia, pela Universidade de Mogi das Cruzes, e em Teologia, pela Igreja Presbiteriana Independente do Brasil. É mestre em Administração e doutor em Ciências da Religião pela Universidade Metodista de São Paulo, onde atualmente é professor. Também leciona na Faculdade de Teologia da Igreja Presbiteriana Independente do Brasil. É autor do livro “Teatro, templo e mercado: organização e marketing de um empreendimento neopentecostal” Petrópolis – São Paulo, Vozes – Simpósio – Umesp, 1997. Recentemente a revista IHU On-Line publicou uma entrevista com ele sob o título IURD: teatro, templo e mercado.

Confira a entrevista.

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Trabalho escravo no norte fluminense é preocupante, diz ministro

trabalho escravo, vamos abolir de vez essa vergonha

O ministro Paulo Vannuchi, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, denunciou ontem (21) a persistência de práticas análogas ao trabalho escravo na região norte do estado do Rio de Janeiro, onde se concentra a lavoura canavieira. Ele participou, na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), da entrega do Prêmio João Canuto, concedido a entidades e personalidades que se destacaram na defesa dos direitos humanos durante o ano.
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Maioria das sementes plantadas de soja e milho é transgênica


Por Andrés Gaudi

Adital – Quase 80% dos 1,2 milhões de hectares ocupados pela agricultura no Uruguai estão semeados com soja e milho. Segundo a estatal Direção de Estatísticas Agropecuárias e a privada Câmara Uruguaia de Sementes, a totalidade da soja e, pelo menos, 80% do milho são transgênicos, ou seja, são organismos geneticamente modificados (GM).Os transgênicos, introduzidos no final do século XX pela multinacional Monsanto e espalhados durante a presente década pela ação de grandes produtores e empresas agrícolas argentinas, estão diretamente associados com o uso abusivo de agrotóxicos de grave impacto contaminante da água, dos solos, das plantas e dos animais, e com incidência sobre a saúde humana.
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Adolescentes e jovens se reúnem para discutir sobre violência doméstica e sexual

Adital – A casa de Passagem (CP), organização não governamental que atende crianças e adolescentes, organizará o XII Fórum da Juventude. O evento acontecerá no dia 23 de outubro, das 8h às 17h na Faculdade Maurício de Nassau em Recife, Pernambuco (região Nordeste do país). O tema escolhido deste ano é “Juventude contra a Violência Doméstica e Sexual”. O evento contará com a participação dos jovens atendidos pela entidade, líderes comunitários, mulheres e representantes de entidades governamentais e não-governamentais. No final do ciclo de debates será produzida uma carta com propostas de política pública que deverá ser entregue ao Governador de Pernambuco.

http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?boletim=1&lang=PT&cod=51819

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