Cinep lança livro “Olhares Indígenas Contemporâneos” com temas sobre educação, lingüística, mobilização, resistência e direitos indígenas

O Centro Indígena de Estudos e Pesquisas (Cinep) lança o livro *Olhares Indígenas Contemporâneos*, uma coletânea que reúne seis artigos de autoresindígenas produzidos a partir de teses de doutorado e dissertações de mestrado, defendidas entre 2008 e 2010, e de uma pesquisa sobre o perfil dos estudantes universitários indígenas no Brasil.

Rita Gomes do Nascimento, da etnia Potiguara, abre o volume com o artigo“Performances e experiências de etnicidade: práticas pedagógicas Tapeba”, em que discorre sobre as razões da proeminência dos professores indígenas como mediadores políticos e representantes das comunidades indígenas junto àsociedade envolvente.

Edilson Martins Melgueira, da etnia Baniwa, investiga os classificadores nominais da língua baníwa, do rio Içana, buscando discutir conjuntamente léxico, morfossintaxe e contexto discursivo, bem como refletir a maneiraAruák Baníwa de ver, sentir e organizar os elementos que constituem seu universo. (mais…)

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Aterro da Caximba dará adeus sem deixar saudades

Prefeitura marca para as 8 horas de segunda-feira o encerramento definitivo do antigo depósito de resíduos de Curitiba e região metropolitana

Gazeta do Povo – Publicado em 30/10/2010 | Vinicius Boreki

O aterro sanitário da Caximba, que por 21 anos armazenou o lixo de Curitiba e mais 17 municípios da região metropolitana, será oficialmente encerrado às 8 horas da próxima segunda-feira. Depois disso, os caminhões levarão os resíduos para os aterros provisórios da Estre Ambiental, em Fazenda Rio Grande, e da Essencis, na divisa entre a capital e Araucária.

Das 2,4 mil toneladas coletadas todos os dias, 2,3 mil irão para a Estre e as outras cem toneladas à Essencis. Se conseguir a licença de operação junto ao Instituto Ambiental do Paraná (IAP), a Cavo também deve receber parte dos resíduos em um terreno em Mandirituba. Depois de fechado, o aterro da Caximba receberá monitoramento constante e, segundo José Antônio Andreguetto, secretário do Meio Ambiente de Curitiba, deve ser transformado em parque no futuro. (mais…)

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Também quero opinar em eleição para papa

Há semanas as campanhas eleitorais vêm bombardeando os brasileiros com imagens de seus candidatos beijando estátuas de santos ou rezando o Pai-nosso. Particularmente, tenho a certeza de que os dois são ateus ou, no máximo, no máximo, agnótiscos não-praticantes. Mas vá lá, este é um período especial e já discutimos exaustivamente neste blog sobre até onde vai a insanidade por um Dois-Dígitos-Confirma, o Santo Graal da política.

Mas, ontem, em um discurso a bispos brasileiros, o ex-cardeal Joseph Ratzinger condenou o aborto e a eutanásia e, implicitamente, a pesquisa com embriões para obtenção de células-tronco. Ou seja, o que era esperado dele. Mas foi além, e afirmou que “os pastores têm o grave dever de emitir um juízo moral, mesmo em matérias políticas”. Em plenas eleições brasileiras, Bento 16 pede para que os representantes de sua igreja orientem politicamente os fiéis.

Conversei com uma pessoa da comunidade do Jardim Pantanal (aquele bairro da capital paulista que se esvaiu em lama nas últimas enchentes) sobre isso e, apesar de ser extremamente religiosa, discorda da avaliação de Ratzinger. “Na Bíblia, está escrito para dar a Deus o que é de Deus e a César o que é de César. A gente tem que separar o que é política do que é religião, senão não dá certo.” É a gente simples da periferia de São Paulo ensinando bons modos para o Vaticano. (mais…)

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Vale morrer?

Outubro de 2010. A Vale celebra um lucro histórico: mais de 10 bilhões somente num trimestre. Nos mesmos dias, morre debaixo das rodas do trem da Vale mais um homem. Com os seus 74 anos, Joaquim Madeira viu seu filho morrer atropelado pelos vagões carregados de minério e recebeu a mesma condenação, oito anos depois.

Corre, o trem da Vale, sem conhecer obstáculos e sem dar-se conta das vítimas que provoca. A revolta do povo é grande e em vários casos se faz ação: os moradores do assentamento Palmares, em Parauapebas, gritam contra a morte do companheiro Joaquim e bloqueiam a ferrovia.

Já tinha acontecido em 2007, aproximadamente por um mês: a ferrovia bloqueada deu um prejuízo grande para a empresa, se calculamos que o valor bruto do ferro transportado a cada dia corresponde pelo menos a 20 milhões de reais! Há perdas e perdas, mas o que não pode acontecer é a interrupção do mercado do ferro, especialmente agora que a Vale aumentou de 253% sua produção. (mais…)

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