Parabéns, atingimos a burrice máxima, por Eliane Brum

A “baranga” Simone de Beauvoir e a importância de um livro que ensina a conversar com fascistas

No El País Brasil

A fogueira de Simone de Beauvoir a partir da questão do ENEM mostrou que a burrice se tornou um problema estrutural do Brasil. Se não for enfrentada, não há chance. Hordas e hordas de burros que ocupam espaços institucionais, burros que ocupam bancadas de TV, burros pagos por dinheiro público, burros pagos por dinheiro privado, burros em lugares privilegiados, atacaram a filósofa francesa porque o Exame Nacional de Ensino Médio colocou na prova um trecho de uma de suas obras, O Segundo Sexo, começando pela frase célebre: “Uma mulher não nasce mulher, torna-se mulher”. Bastou para os burros levantarem as orelhas e relincharem sua ignorância em volumes constrangedores. Debater com seriedade a burrice nacional é mais urgente do que discutir a crise econômica e o baixo crescimento do país. A burrice está na raiz da crise política mais ampla. A burrice corrompe a vida, a privada e a pública. Dia após dia. (mais…)

Ler Mais

Cresce o cerco ao “Papa herege”

Duas forças boicotam Francisco: conservadores do clero, que rejeitam abertura antidogmática; e poder econômico, insatisfeito com pregação social. A seu favor, pontífice tem força da palavra

Por Francesco Peloso, no Domtotal/Outras Palavras

As tropas ultratradicionalistas não aguentam: o papa que veio do fim do mundo não as agrada, nunca lhes agradou, para dizer a verdade, só que agora o ruído de fundo, o descontentamento que se sentia como um rumor à distância, explodiu.

O papa não é católico, acusam elas, é quase um herege, melhor; elas se aproximam, assim, das clássicas posições sedevacantistas dos lefebrvianos, a Fraternidade São Pio X, que continua sendo, para muitos deles, um ponto de referência. (mais…)

Ler Mais

A revanche de Gramsci. As derrotas da esquerda e batalha cultural

IHU – De acordo com o cientista político Gaël Brustier – pesquisador em ciências políticas, membro do Observatório das Radicalidades Políticas da Fundação Jean-Jaurès (próximo ao PS) e acaba de publicar À demain Gramsci, pela Cerf –, as derrotas da esquerda se explicam pela recusa de aceitar travar a batalha cultural. A reportagem é de Jérôme Anciberro e publicada pela revista francesa La Vie. A tradução é de André Langer. (mais…)

Ler Mais

Café Filosófico retoma programação 06/11, com “Posso rir?”. Links para os debates de outubro – “Servidões voluntárias e involuntárias” – aqui

Foi para isto que lutamos pela liberdade? foi o título do terceiro encontro do módulo “Servidões voluntárias e involuntárias”, organizado por Leandro Karnal para o Café Filosófico. Nele, o historiador José Alves de Freitas Neto, da Unicamp,  questionou o que leva uma multidão a pedir a volta do regime militar em manifestações de rua, apenas 30 anos após o término da ditadura.

Ao longo do mês de outubro, os convidados discutiram em quatro encontros “o anseio da sociedade contemporânea por dominadores, guias, gurus e livros de autoajuda; a aversão à liberdade travestida da virtude contemporânea” (link para os debates abaixo). Sexta-feira, 6 de novembro, o Café Filosófico dá início aos debates do módulo “Posso rir?”, que terá curadoria de Marcelo Tas.  (mais…)

Ler Mais

SP – Curso gratuito introduz à obra de Marx e Engels

A editora Boitempo, em parceria com o Centro Cultural da Juventude, organiza no dia 7 de novembro uma tarde de atividades introdutórias à vida e à obra dos filósofos alemães Karl Marx e Friedrich Engels, autores do Manifesto Comunista. Às 14h, o jurista e filósofo do direito Alysson Mascaro apresenta aula de “Introdução ao marxismo”, com mediação da filósofa feminista Djamila Ribeiro. Em seguida, às 16h, o debate “Marxismo, luta de classes e libertação” reúne a urbanista Ermínia Maricato, o jurista Silvio Luiz de Almeida e o professor de jornalismo Dennis de Oliveira, com mediação do sociólogo João Alexandre Peschanski. Durante o evento, a Boitempo lança uma versão em livro de seu tradicional Curso Livre Marx-Engels, com textos de alguns dos mais importantes pesquisadores marxistas do Brasil. (mais…)

Ler Mais

Silvio Rodríguez: “Haverá outra revolução, no futuro”

Em meio a turnê pelos bairros populares de Cuba, compositor debate nova relação com EUA, conquistas culturais do país e riscos de acomodação. Ele avisa: “não subestimem a centelha do povo”

Entrevista a Fernando Ravsberg, no Publico/Outras Palavras

O cantor cubano Silvio Rodríguez concede uma entrevista a Público na mesma semana que celebra o quinto aniversário do giro de concertos gratuitos pelos bairros mais humildes de Cuba. Silvio faz uma revisão dos desafios que Cuba enfrenta em sua aproximação dos Estados Unidos; analisa os desafios da cultura cubana diante das reformas econômicas que se desenvolvem no país; faz uma defesa apaixonada da poesia e expressa seus desejos de fazer uma turnê na Espanha depois de nove anos de ausência dos cenários espanhóis. (mais…)

Ler Mais

Série Especial Racismo em português – Angola: Houve independência mas não descolonização das mentes

40 anos depois da independência, as tensões raciais ainda estão à flor da pele: vê-se no discurso, nas filas de espera, na competição pelos lugares de chefia. “O privilégio branco é visível também em Angola

Por Joana Gorjão Henriques (em Luanda e Benguela Texto), Frederico Batista, Ricardo Rezende (Vídeo)e Sérgio Afonso (Fotografia), em Público

A igreja da Sagrada Família, em Luanda, é um dos monumentos mais conhecidos da cidade. Projectada pelos arquitectos Sabino Correia e Sousa Mendes, foi inaugurada em 1964, num bairro movimentado, Maculusso.

Na estrada e no passeio atravessa-se uma pequena amostra da população da Angola de hoje: um jovem com  roupa desportiva, um militar, uma candongueira, um engravatado. Centenas de pessoas passam por ali, a pé ou de carro, e é provável que muitas já nem notem um mural vermelho onde se conta, a escrito e a desenho, “a história do MPLA pela juventude”. (mais…)

Ler Mais

A internet odeia as mulheres e ninguém vê problema nisso, por Juliana de Faria e Luíse Bello

Homens que possuem espaço na mídia foram instigados a ficarem como espectadores nesta semana, ao invés de escreverem e publicarem textos sobre os direitos das mulheres e questões de gênero. Ou seja, a cederem seu espaço para que elas falassem por si. Portanto, nos próximos sete dias, a partir desta segunda (2), mulheres de diferentes origens, histórias e regiões publicarão neste blog sobre o tema dentro da iniciativa #AgoraÉQueSãoElas. Enquanto isso, fico como leitor ao lado de vocês.

Juliana de Faria e Luíse Bello, do Think Olga, responsável pelas campanhas #primeiroassedio e Chega de Fiu Fiu, estreiam a série com o texto exclusivo que segue abaixo. Amanhã, será a vez da cantora, compositora, atriz e ativista Karina Buhr. (mais…)

Ler Mais

Economia solidária e felicidade interna bruta: as ideias de Paul Singer para enfrentar crise moral do capitalismo

Por Marco Weissheimer, em Sul21

A economia solidária é a única alternativa ao capitalismo não porque é mais eficaz economicamente que a capitalista, mas sim porque ela é solidária e precisamos da solidariedade para ser felizes e vivermos em paz. As pessoas estão cansadas deste modo de vida onde têm que competir o tempo todo sem parar. Por isso, o essencial na ideia de economia solidária está na segunda parte da expressão: a solidariedade. As afirmações são do economista Paul Singer, Secretário Nacional de Economia Solidária, que veio a Porto Alegre segunda-feira (26) para conversar com trabalhadoras e trabalhadores da economia solidária do Rio Grande do Sul, na atividade de encerramento dos trabalhos da Subcomissão de Economia Solidária, presidida pelo deputado estadual Zé Nunes (PT). (mais…)

Ler Mais

“Sou homem e meu filho não brinca de boneca.” Ou “Como criar um machista”, por Leonardo Sakamoto

No blog do Sakamoto

Lembro que, quando escrevi um post defendendo algo que não é nem inédito, nem revolucionário – meninos brincarem de boneca – alguns leitores fritaram na batatinha de tal modo que me ameaçaram cobrir de porrada se ousasse dar bonecas aos filhos deles. Porrada, que, como sabemos, é parte do patrimônio cultural do brasileiro.

Achei válido resgatar o texto, aproveitando que a pauta sobre violência de gênero ganhou destaque recente por conta da incitação à violência sexual contra uma participante de 12 anos do programa Masterchef Júnior; da campanha #PrimeiroAssedio, promovida pela ONG Olga, que fez brotar dezenas de milhares de histórias na rede; e pela prova do Enem – que trouxe o tema em questões e na redação. Pois machismo não surge de geração espontânea, imposto por alguma força divina que grita “Haja Luz!” (ou, no caso, “Haja Trevas!”) mas é algo construído por nós. (mais…)

Ler Mais