Organizada pela Associação de Moradores e Proprietários de Jurerê Internacional (AJIN), com o apoio de outras entidades comunitárias e do Sea Shepherd, os manifestantes exigiram que o estaleiro do bilionário Eike Batista seja construído em outro local já que a área escolhida na Baia Norte para construção de grandes navios para exploração do pré-sal causará danos irreversíveis para fauna marinha, para o turismo, pesca artesanal e maricultura.
Pescadores de Governador Celso Ramos e Biguaçu realizaram uma “barcada” saindo de suas comunidades até Jurerê Internacional. Durante a travessia até Jurerê, Miguel, pescador da praia de governador Celso Ramo, disse: trabalho desde os 12 anos com a pesca, não quero agora virar empregado, ficar limpando escritório e os banheiros do estaleiro (…).
Na praia engenheiro naval Joel Guimarães salientou que os empregos oferecidos pela OSX não chegam perto do numero de vagas que deixarão de existir no turismo, na pesca artesanal e maricultura por causa da poluição proveniente do estaleiro.
Dilson da Costa, presidente da entidade que representa os donos de escunas de Canasvieiras, falou dos prejuízos para o setor que opera roteiros turísticos pela Baía Norte de Florianópolis, incluindo as fortalezas de Ratones e Anhatomirim e a Baía dos Golfinhos.
A manifestação iniciada por volta das 10 horas na praia de Jurerê Internacional prosseguiu à tarde com o deslocamento de alguns manifestantes até o local de construção do estaleiro (Biguaçu) e Baía dos Golfinhos, à bordo de uma escuna. A iniciativa da AJIN também teve o apoio do Movimento em Defesa das Baías de Florianópolis, Conselho Comunitário do Pontal de Jurerê (CCPontal/Daniela), Associação de Bairro de Sambaqui (ABS), Ufeco e entidades ambientalistas, entre outras.
Pressão para liberar o empreendimento do investidor de campanhas
Em setembro passado a pressão de políticos catarinenses, do Ministro de Estado da Pesca e Aqüicultura Altemir Gregolin e do governo estadual a favor do empreendimento do mega patrocinador de campanhas eleitorais, teve como consequência exoneração de Apoena Figueirôa da chefia da Estação Ecológica de Carijós (Florianópolis-SC), um dos signatários do parecer que negou anuência ao licenciamento do Estaleiro OSX.
“Não foi um ato isolado” afirmação é do analista ambiental Mário Luiz Martins Pereira, chefe substituto da Reserva Biológica (Rebio) do Arvoredo, que pediu exoneração do cargo em solidariedade a Apoena e por discordar da política ambiental do Governo Federal. Além dele, outros dois técnicos pediram afastamento de seus cargos, o chefe da Rebio do Arvoredo, Leandro Zago da Silva, e a chefe substituta da Estação de Carijós, Ednéia Corrêa, por motivos semelhantes.
Participe: Abaixo-Assinado Contra a instalação do estaleiro OSX em Biguaçu-SC
http://prod.midiaindependente.org/pt/blue/2010/10/478647.shtml