“Felizes os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino de Deus” (MT 5, 10)
O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) refuta as declarações do delegado Alcídio de Souza Araújo proferidas durante oitiva da “CPI do Cimi” nesta terça-feira, 27, na Assembleia Legislativa do Mato Grosso do Sul (MS).
Consideramos que um delegado da Polícia Federal deve basear suas declarações em provas irrefutáveis e não no “ouvi dizer” desta ou daquela pessoa, ou ainda na base do “me disseram, mas não é possível provar”.
No Mato Grosso do Sul, por motivos político-ideológicos, assentados nos poderosos interesses econômicos do agronegócio, “diz-se” muita bobagem contra o Cimi e os povos indígenas. Um delegado da Polícia Federal, pago com dinheiro público, tem a obrigação de ir além de suas posições político-ideológicas pessoais.
Manifestamos solidariedade e apoio à missionária Irmã Joana Ortiz, religiosa da Congregação das Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora Aparecida, tratada desrespeitosamente pelo delegado Alcídio como “suposta freira”. Por certo, o delegado Alcídio não gostaria de ser tratado publicamente como “suposto” delegado. Então, por que ele, tendo todas as condições fornecidas pelo Estado brasileiro de comprovar a identidade religiosa de Ir. Joana, continua se referindo a ela de modo pejorativo, tentando desqualificá-la? A manifestação do delegado demonstra uma profunda falta de respeito com a pessoa da religiosa.
Reafirmamos nosso compromisso missionário com a Vida e o respeito às normas legais vigentes no Brasil.
A opção eclesial missionário-evangélica de estar ao lado dos povos indígenas em momentos difíceis de suas vidas não é motivo legítimo para acusações infundadas, ilações político-ideológicas e mentiras como as que estão ocorrendo na condução dessa “CPI do Cimi” na Assembleia Legislativa do Mato Grosso do Sul.
Brasília, DF, 28 de outubro de 2015
Conselho Indigenista Missionário – Cimi