Da Agência Brasil
O Cine Odeon, localizado na Cinelândia, região central do Rio, reaberto na semana passada (21), recebe hoje o 8° Encontro de Cinema Negro Brasil, África e Caribe Zózimo Bulbul. A mostra traz uma seleção de 33 filmes de cineastas afro-brasileiros e 30 filmes de africanos e da diáspora, oriundos da África, dos Estados Unidos, do Caribe e da Europa.
Uma das convidadas, a cineasta brasileira Sabrina Fidalgo, que exibiu hoje o documentário musical Rio Encantado, acha que ainda há poucas mulheres negras no meio cinematográfico, mas esse cenário já começa a mudar. “Há um grupo de mulheres, como eu, colocando o pé na porta e entrando com tudo na área. Nos falta incentivo, mas isso já está melhorando.”
Segundo ela, por ser um setor que demanda tempo e dinheiro, pode remeter a um nicho elitista, o que aumenta a importância de figuras como ela nesse cenário. “É importantíssimo termos grupos de resistência. Mulheres negras que trabalham com audiovisual ainda são uma minoria, então servimos como um incentivo para jovens negros que desejam entrar no mercado”, afirmou.
A cineasta americana Yoruba Richen, produtora do documentário The New Black e que também participará do evento, concorda com a brasileira e reitera que “o número de produtoras negras e mulheres cresceu bastante, mas ainda não pode ser considerado o suficiente”.
O 8° Encontro de Cinema Negro Zózimo Bulbul ocorre entre os dias 28 de maio e 3 de junho, no Cine Odeon, na Cinelândia, e no Museu de Arte do Rio (MAR), na Praça Mauá, região central do Rio. O nome do evento é uma homenagem ao ator, diretor e autor Zózimo Bulbul, que morreu em janeiro de 2013, vítima de um câncer no colo do intestino. Ele foi o primeiro protagonista negro de uma novela brasileira.
Edição: Maria Claudia.