Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome investirá cerca de R$ 21 milhões para a construção dos bancos; Medida tem o objetivo de garantir aos agricultores familiares acesso a sementes de qualidade
Por Daniele Silveira, da Radioagência BdF, no Brasil de Fato
A região do Semiárido deve receber 600 bancos comunitários de sementes crioulas até fevereiro de 2016. Segundo o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), serão investidos cerca de R$ 21 milhões para a construção dos bancos, que vão beneficiar pelo menos 12 mil famílias de agricultores.
O objetivo é garantir aos agricultores familiares acesso a sementes crioulas, que são resultado de cruzamentos naturais ou induzidos para melhorar a qualidade das plantas. A medida, que também prevê a capacitação técnica, deve ampliar a produção agrícola e garantir a segurança alimentar e nutricional dessas famílias.
Movimentos do campo e especialistas em agricultura familiar têm defendido a importância da conservação e difusão das sementes crioulas. Em entrevista à Radioagência BdF, o professor ligado ao Centro UnB Cerrado, César Barbosa, chamou atenção para a necessidade de se fazer um contraponto às transnacionais do agronegócio que detêm o controle das sementes, negando os saberes populares.
“A importância é em princípio a gente estar resgatando essa cultura, a cultura de cultivar a terra, produzir alimentos de qualidade, principalmente através do resgate das sementes crioulas que são aquelas sementes cultivadas por gerações, por famílias, por agricultores familiares. Então, é o resgate de uma cultura ancestral que está se perdendo devido à manipulação e o domínio que existem sobre as sementes.”
A construção dos bancos acontece por meio de uma parceria entre o MDS e a Associação Programa Um Milhão de Cisternas para o Semiárido (AP1MC). O termo foi publicado no dia 20 de janeiro no Diário Oficial da União.