Por Denise Porfírio
A luta pelo fim da discriminação racial no Brasil já produziu muitos avanços, mas o artigo 3 da Constituição Federal, que garantiria o bem estar de todos, independentemente de sexo, cor, idade, credo ou orientação sexual, está longe de ser integralmente cumprido. Mesmo sob pena de reclusão pela prática de um crime inafiançável, a discriminação racial continua a contribuir com tristes episódios para a história do negro. Confira aqui alguns episódios negativos da luta contra o racismo no Brasil:
1838. O governo do Estado de Sergipe proíbe portadores de moléstias contagiosas e africanos, escravos ou não, de frequentarem escolas públicas Saiba mais.
1854. Decreto proíbe o negro de aprender a ler e escrever Saiba mais.
1890. Decreto sobre imigração veta o ingresso de africanos e asiáticos no Brasil. Detalhe: a imigração dos europeus era liberada Saiba mais.
1912. Acontece “O Quebra de 1912”, ou “O Quebra de Xangô”, um dos mais violentos episódios da história do negro no Brasil. O massacre, motivado pela intolerância contra as religiões de matriz africana, deixou marcas profundas na cultura de Maceió (AL) e do Brasil Saiba mais.
1969. O governo do general Emílio Garrastazu Médici proíbe a publicação de notícias sobre o Movimento Negro e a discriminação racial no Brasil Saiba mais.
2007. Desavenças por espaço no alojamento da Casa do Estudante da Universidade de Brasília motivaram um ataque incendiário a três dormitórios ocupados por estudantes de origem africana, 28 de março. Em razão do ocorrido, o então reitor Timothy Mulholland declarou o dia 28 de março como o Dia da Igualdade Racial na Universidade de Brasília. Saiba mais.
Maio de 2010. “Quem quer saber o que é ser negro, seja negro por apenas 48 horas”. Frase da primeira juíza negra do Brasil, Luislinda Valois, após ser identificada como camareira da atriz Natália do Vale por um site que cobria as gravações do último capítulo da novela Viver a Vida (Rede Globo). A magistrada baiana era homenageada, e havia tirado fotos com vários artistas, incluindo Natália do Vale.Saiba mais.
Outubro de 2010. Líder de religião de matriz africana é torturada por PMs no Assentamento D. Hélder Câmara, em Ilhéus. Policiais invadiram a comunidade e jogaram a mãe-de-santo Bernadete Souza Ferreira em cima de um formigueiro, sob a alegação de que “era prá tirar o diabo do corpo” da sacerdotisa, segundo denúncia feita pela vítima e pelas entidades negras da Bahia. Saiba mais.
Janeiro de 2011. Menino de 10 anos é chamado de “negrinho sujo e fedido” por seguranças do grupo Pão de Açúcar, em São Paulo. Após coação e revista humilhante, a nota fiscal que comprovava o pagamento das compras foi encontrada no bolso da calça da criança acusada de furto. Os pais do menino decidiram entrar com um processo contra danos morais contra o hipermercado Saiba mais.
Março de 2011. Líder da banda baiana Psirico, Márcio Vítor protesta contra a discriminação racial em plena festa de Carnaval. O músico teria sofrido ataques à sua etnia (“preto favelado”) e à sua sexualidade (“veado”). O cantor não registrou queixa, mas estuda a abertura de um processo. O acusado, o empresário Luiz Antonio de Souza Santos, alega inocência Saiba mais.
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