Na noite de 31 de dezembro, reuni um punhado de bons amigos para um rega-bofe na minha humilde choupana a fim de velar, de corpo-presente, o indigesto 2014. Dividíamos um certo alívio em saber que aquela merda de ano estava morrendo. Ah, bando de inocentes ignorantes! Ainda não sabiam que, logo ali, 2015 – o maldito, o eterno, o inominável – estava rindo à espreita.
Perto da meia noite, fui acometido de um subido mal-estar, daquelas dores de cabeça difíceis de explicar. E, com o mal presságio de um cérebro martelando compassadamente com as badaladas do relógio e miolos estourando junto com fogos de artifício, adentrei janeiro. (mais…)