A lama da Samarco e o Carrinho de Cachorro Quente, por Antonio Claret Fernandes

Em Combate Racismo Ambiental

Sofia está deitada, mas não consegue dormir. A história de Riso, atingido pela lama da Samarco em Barra Longa, não lhe sai da cabeça. Ele sonha com a volta ao trabalho. E reivindica um Carrinho de Cachorro Quente da Samarco. Mas a ideia não dá certo. A empresa acha o preço caro: quatro mil e oitocentos reais. ‘É um Carrinho melhor’, Riso se justifica. Mas não adianta. O Capital faz conta de cada centavo. Duro igual pedra. Dizem-no sem alma. Enquanto Riso quer trabalhar pra tocar sua vida, os donos da Samarco querem retomar a exploração de minério em Mariana e, para isso, precisam guardar cada real próprio, usar o cofre do Estado em nome do ‘ocorrido’ – apelido dado pela empresa ao crime – e embolsar algo em torno de meio trilhão de reais.

Sofia se vira na rede, fica de lado, encolhida. E sente que, finalmente, o sono a vai tomando. Mas um riso incontrolado e repentino a invade. Lembra-se de uma coisa boba, mas não se aguenta. Durante o dia, na Rua, alguém tinha chegado perto dela e feito um comentário sobre a situação de Riso: ‘não fica bem para um empresário empurrar um carrinho pela rua’. A resposta dela vem na ponta da língua: ‘a lama da Samarco é tão forte que quebra até preconceito’! (mais…)

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Você conhece a história da primeira deputada negra do Brasil?

Por Fernanda Canofre, em Global Voices

Antonieta era menina pequena quando andava pela pensão da mãe tentando aprender as letras. Espiando os hóspedes-estudantes, de pouco em pouco se alfabetizou junto à irmã Leonor. Nem imaginava que seria por meio das letras que a professora Antonieta de Barros entraria para a história como a primeira deputada negra do Brasil. O ano era 1934 e não fazia nem 50 anos que a escravidão havia sido abolida.

Pouca gente conhece a história de Antonieta ou mesmo sabe quem foi ela. Em Florianópolis, capital do estado de Santa Catarina, no Sul do país, ela aparece em nome de rua, escola, túnel e tem até um memorial. Ainda assim, como acontece com tantos nomes perdidos em placas, para muitos é só sinônimo de um endereço qualquer — algo que a cineasta Flávia Person decidiu mudar. (mais…)

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Inoperância do governo: O cruel é que uns perdem dinheiro. Outros, a vida. Entrevista de Spency Pimentel a Leonardo Sakamoto

“As pessoas questionam muito a forma tendenciosa como esse ou aquele sujeito é chamado de ‘amigo do Lula’ na imprensa, pois isso não é feito quando se trata de políticos de outros partidos. Mas, falta dizer que esses novos ‘amigos do Lula’ são, muitas vezes, inimigos dos povos indígenas, dos trabalhadores rurais, dos quilombolas. O desenvolvimentismo quis convencer a população de que esses atores são aliados, amigos do povo, uma vez que garantiriam o ‘progresso’ para o país. Mas, por acaso eles têm se comportado de forma amigável, no que diz respeito aos povos indígenas e outras populações rurais?”

Essa é a opinião de Spensy Pimentel, doutor em antropologia, professor da Universidade Federal do Sul da Bahia, em Porto Seguro, pesquisador do Centro de Estudos Ameríndios da Universidade de São Paulo e um dos maiores especialistas na questão indígena do país. (mais…)

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Cunha taí? Ejeí upegui Cunha, por José Ribamar Bessa Freire

Em Taqui Pra Ti

É. É isso mesmo. É assim que se diz em língua guarani “Fora Cunha”: Ejeí upegui Cunha. E já que o país é multilíngue, o grito em português pode ter sido traduzido não só ao guarani, mas a dezenas de outras línguas faladas por índios, quase todos bilíngues, que nesta quarta-feira (16) ocuparam o teto do Congresso Nacional. Eles foram lá para denunciar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC 215), cujo Pai – Vitória na Guerra! – é o presidente da Câmara de Deputados, Eduardo Cunha (PMDB vixe vixe), o mafioso da facção ruralista enlameado por falcatruas até o último fio de cabelo, e a essas alturas a única figura em torno da qual se pode costurar a unanimidade ou pelo menos o diálogo pela dignidade nacional. (mais…)

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Ativista negro Abdias Nascimento é homenageado em universidade dos Estados Unidos

Em simpósio realizado em 4 de dezembro, pesquisadores discutiram o tema da exclusão racial a partir da militância de um dos principais expoentes da cultura negra no Brasil

Por Karla Dunder, especial para a

O ativista negro e ex-senador da República Abdias Nascimento, falecido em 2011, foi homenageado na Universidade Brown, em Rhode Island, nos Estados Unidos, em 4 de dezembro. No simpósio organizado para a ocasião, pesquisadores discutiram o tema da exclusão racial a partir da militância de Abdias, um dos principais expoentes da cultura negra no Brasil. O evento teve a participação de 50 estudantes de graduação e pós-graduação. (mais…)

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MPF move ação para combater coral assassino

Litoral fluminense foi invadido pelo Coral-Sol, que destrói a biodiversidade nativa e ameaça a Baía da Ilha Grande

MPF RJ

O Ministério Público Federal (MPF) em Angra dos Reis (RJ) move ação civil pública, com pedido de liminar, para proteger o meio ambiente marinho e combater a invasão do Coral-Sol no litoral fluminense, principalmente na Baía da Ilha Grande. O Coral-Sol é um invasor e está causando a perda da biodiversidade marítima brasileira. A bioinvasão foi provocada por bioincrustração da espécie através de plataformas e sondas de petróleo e gás, bem como pelo transporte em casco de navios, sem que os responsáveis tomassem medidas mitigadoras e de controle da invasão provocada pelo coral assassino. (mais…)

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Garimpeiros pagam taxa de até R$ 50 para entrar em garimpo ilegal em MT

Garimpeiros retornaram à área uma semana após a desocupação em MT. Equipe flagrou taxa de entrada de R$ 50 para carros e R$ 25 para motos

Por Denise Soares, do G1 MT

Moradores e garimpeiros estão pagando uma taxa de até R$ 50 para poder entrar na área de garimpo ilegal localizada na Serra da Borda, em Pontes e Lacerda, a 483 km de Cuiabá. O local voltou a ser explorado ilegalmente em dezembro. A primeira desocupação, por determinação judicial, ocorreu em novembro, após ação integrada de forças policiais. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), duas mil pessoas estariam no garimpo. (mais…)

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