Madalena Borges, Teia dos Povos e Comunidades Tradicionais do Maranhão
A avaliação da equipe que está operando no combate ao fogo na TI Caru, formada pelos brigadistas da Prevfogo /Ibama (45 homens) do Maranhão e do Ceará, corpo de bombeiros (5) e Guardiões Guajajara da TI Caru, o fogo segue nas regiões dos Awa com foco próximo à aldeia Awa, com fogo já em frente ao povoado de Boa Vista, e também próximo da região dos indígenas isolados, no Igarapé Presidio.
Nesta quarta-feira, 9, a estratégia foi o levante de novos acampamentos em regiões diferentes, próximas a aldeia Awa, sendo três no total, permanecendo apenas uma equipe na aldeia para viabilizar o envio e recebimento de informações.
A grande preocupação é com os isolados. O fogo atinge a região dos cocais no Igarapé Presídio, fonte de grande parte de sua alimentação, além de a cabeceira desse importante igarapé para os Awa está completamente seca. Uma equipe formada por 35 brigadistas, guardiões Guajajara e Awa seguiram nesta quarta para essa região.
Os Awa especulam que os isolados devem estar bravos, pois seus hakwa (seus lugares) estão pegando fogo. A região está a 10 km da aldeia Awa, segundo os guardiões (os guajajara e os Awa).
O incêndio só aumenta os desafios de sobrevivência dos isolados, em um território constantemente invadido por madeireiros e outros invasores, aos quais cabe ao Estado Brasileiro a sua proteção.
DIANTE DESTA SITUAÇÃO, UM PROVÁVEL CONTATO COM OS ISOLADOS NÃO É DESCARTADO.
Contudo, um bom monitoramento neste momento e eficiência no combate ao fogo, ainda são as melhores estratégias para evitar a morte desses indígenas e a extinção de seus lugares (hakwa).