Mayra Wapichana – Conselho Indígena de Roraima – CIR
Após quatro anos de discussão e construção de sete Planos de Gestão Territorial e Ambiental das Terras Indígenas (PGTA), o Conselho Indígena de Roraima (CIR) partindo para a segunda publicação, inicia mais uma atividade com os Agentes Territoriais e Ambientais Indígenas (ATAI), desta vez, a atividade de produção da publicação dos PGTAs.
A atividade iniciou com a realização da I Oficina para Publicação dos Planos de Gestão Territorial e Ambiental das Terras Indígenas (PGTAs), realizada nos dias 13 e 14, na sede do CIR em Boa Vista, reunindo 14 Agentes, entre Tuxauas, mulheres, jovens e coordenadores regionais, representantes dos seguintes PGTAS: TI Jacamim e Centro Regional Maturuca, na TI Raposa Serra do Sol; TI Aningal e Pólo Base Santa Cruz, região da Raposa, na TI Raposa Serra do Sol; TI Serra da Moça e TIs Boqueirão- Mangueira; e TI Manoá-Pium.
Ter um documento único para que as comunidades indígenas possam socializar melhor a importância do PGTA e assim, trabalhar a execução e implementação dos Planos, principalmente, ter um material para que os jovens, as crianças acessem as informações, essa é a ideia de produzir uma publicação específica dos PGTAS construídos ao longo desses quatros anos a partir dos conhecimentos e vivencia tradicional dos povos indígenas em suas terras sagradas.
O processo de construção prevê a realização de três Oficinas. Nessa primeira, os agentes fizeram uma revisão dos PGTAS, assim como conheceram e compartilharam as experiências das distintas terras indígenas e apresentaram as prioridades que vem sendo trabalhado pelas comunidades indígenas.
Como atividade da publicação, os agentes iniciaram um esboço do sumário e como tarefa para a próxima Oficina, os agentes vão apresentar às suas respectivas comunidades indígenas pertencentes a cada PGTA, discutir e decidir como querem essa construção. Um cronograma de atividade foi feito pelos participantes e o próximo encontro já está marcado para o mês de dezembro.
O agente ambiental e territorial, Antônio Ernesto Jeronimo, da comunidade indígena Marupá, da Terra Indígena Jacamim, destacou a importância da publicação, porque é uma forma da própria comunidade conhecer, acompanhar e ajudar nos trabalhos, inclusive, com a participação da nova geração que são os jovens, onde devem continuar os trabalhos. “É um trabalho muito bom, importante para que a nova geração, a dos jovens, possa dar continuar nesse trabalho que a gente vem realizando desde 2008 quando começamos a discutir a gestão da nossa terra, a terra que é a vida dos povos, por isso estamos trabalhando a fiscalização do território, não deixando que a invasão tome de conta, sempre protegendo e cuidando do que é nosso”, reafirmou Antônio.
Da mesma forma, os demais agentes ambientais e territoriais pensam em produzir um material para que a comunidade indígena conheçam o trabalho, assim como os órgãos públicos, no sentido de conhecer a importância do Plano e contribuir para a sua implementação nos próximos anos conforme necessidades das comunidades indígenas.
A atividade é executada pelo Departamento Ambiental e Territorial do CIR, coordenado pela gestora ambiental Sineia Bezerra do Vale, equipe técnica do departamento e com a consultoria do antropólogo Alessandro Oliveira.
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Foto: Agentes territoriais e ambientais indígenas, equipe de trabalho da Oficina e coordenação geral do CIR na expectativa de mais uma publicação