Cimi Regional Maranhão
Seis pessoas do povo Memortunré Canela, no Maranhão, morreram em novembro com o vírus Influenza A, H1N1. Destas, quatro eram crianças. A epidemia apresenta sinais desde julho deste ano, mas não foi realizado nenhum trabalho preventivo ou de tratamento entre a comunidade.
Outras duas pessoas apresentam sintomas de tuberculose. É necessário realizar exames de busca ativa para constatar a suspeita ou identificar outros casos de doenças que podem contribuir no agravamento da situação.
Os indígenas Memortunré Canela estiveram reunidos em meados de novembro em Brasília com Daniel, chefe do gabinete de Antônio Alves, atual secretário da Secretaria Especial de Saúde indígena (Sesai). Na ocasião eles já denunciavam a situação de descaso no atendimento à saúde junto aos Memortunré Canela.
Já foram realizadas várias reuniões para tentar solucionar o problema que atinge o povo, mas sem sucesso. Portanto, para que o Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) no Maranhão possa realizar um trabalho com mais consistência faz-se necessário perder vidas.
Memortunré Canela
Os mais de dois mil indígenas Memortunré vivem em uma área de 125.212 hectares, transição entre floresta amazônica e o cerrado, a 8 km do município de Fernando Falcão, centro-sul e centro-oeste Maranhense. Sua aldeia tem o formato circular e tudo que eles conseguem é partilhado entre a comunidade. Pertencem à família linguística Jê, vinculada ao Tronco Macro-Jê.
O povo Memortunré Canela é hospitaleiro, amigo e muito cuidadoso com os membros de sua comunidade. Essas características têm impulsionado os indígenas a lutar contra a precariedade na assistência à saúde, realidade que há tempo o povo denuncia.