Rio decide demolir escola e retirar índios de área do Maracanã

O edital de concessão, operação e manutenção do Maracanã, publicado nesta segunda-feira (25/2), no Diário Oficial do Estado do Rio de Janeiro, confirmou a demolição da Escola Municipal Friedenreich, além disso, também serão retirados do local os indígenas da Aldeia Maracanã. O prédio que abrigava o Museu do Índio abrigará o futuro memorial Olímpico.  

A forte oposição dos pais dos alunos e o fato de a Friedenreich ter sido considerada a quarta melhor escola do Rio segundo o Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) não sensibilizaram o governador Sérgio Cabral e o prefeito Eduardo Paes. O edital de concessão do Maracanã prevê que a escola seja demolida e reconstruída no terreno onde hoje já existe a Escola Municipal Orsina de Castro, no bairro da Tijuca e distante cerca de dois quilômetros do Maracanã.

Após a demolição da escola, de acordo com o edital, serão erguidas no local duas salas de aquecimento para as seleções que forem jogar no estádio durante a Copa do Mundo. As instalações, segundo o governo, servirão também em 2016, quando serão utilizadas por atletas que forem competir no Maracanãzinho.

Já se sabia desde janeiro que o prédio do antigo Museu do Índio, ainda objeto de disputa na Justiça entre os moradores da Aldeia Maracanã e o governo, não será mais demolido. A novidade do edital publicado ontem, que já havia sido antecipada por Cabral durante um evento do COI (Comitê Olímpico Internacional) na semana passada, é que o local não mais abrigará o Centro Cultural Indígena, como chegou a ser cogitado, nem algo parecido.

Após o restauro, o prédio abrigará o Memorial Olímpico: “A concessionária vencedora do edital do Maracanã será responsável pelo restauro, recuperação e preparo do prédio, e o memorial será administrado pelo COB (Comitê Olímpico Brasileiro)”, disse Carlos Arthur Nuzman, presidente do COB.

A sessão de licitação está marcada para 11 de abril, no Palácio Guanabara. Segundo o edital do governo, a empresa vencedora ficará também responsável por gerir o Maracanãzinho e as obras de adaptação do entorno do Complexo do Maracanã, o que inclui o prédio do Museu do Índio. Também estão confirmadas as demolições do Parque Aquático Júlio Delamare e do Estádio de Atletismo Célio de Barros, para desespero de nadadores e atletas brasileiros que ainda não têm novo abrigo definitivo para substituir os dois ícones do esporte no Rio, ambos considerados excelentes pontos para treinos e competições.

http://ultimainstancia.uol.com.br/conteudo/noticias/60825/rio+decide+demolir+escola+e+retirar+indios+de+area+do+maracana.shtml

Enviada por Margaret Pereira.

Comments (1)

  1. O Cabral tem mesmo vergonha da memória indígena do estado, quer apagar todos os indícios da existência deles. Agora só falta fazerem uma licitação para mudar o nome do bairro. Talvez fique se chamando no futuro Nike’s WC ou Coca-Cola’s Hole.

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