O cantor e compositor Cartola, um dos maiores representantes da música brasileira, terá a história de sua vida resgatada. O livro “Divino Cartola — Uma vida em verde e rosa”, de Denilson Monteiro, conta a trajetória do compositor a partir de entrevistas, imagens históricas e uma série de manuscritos de letras emblemáticas e poemas inéditos.
O livro de Monteiro busca mostrar informações biográficas novas. É uma copilação de informações sobre a vida de Cartola com origem em outras obras, em especial “Tempos idos”, de Marília Barboza e Arthur Oliveira, e na dissertação de mestrado em História de Nilcemar Nogueira, intitulada “De dentro da Cartola: a poética de Angenor de Oliveira”.
O trunfo de “Divino Cartola” está nas imagens dos manuscritos reproduzidos, alguns inéditos. O livro se enquadra numa série de fotobiografias, que já abordou nomes como Noel Rosa. “Minha preocupação foi escrever de uma forma agradável, além de ter feito entrevistas com personagens que conviveram com Cartola. Delegado, mestre-sala da Mangueira, conta que, no tempo dele, eram obrigados a colocar graxa no cabelo para alisá-lo”, diz Monteiro.
Além de rico em imagens, “Divino Cartola” vem acompanhado de um CD com a gravação do último show de Cartola, realizado no Ópera Cabaré, em São Paulo, em 30 de dezembro de 1978. São 11 canções, entre as suas mais conhecidas, como “As rosas não falam”, “O mundo é um moinho” e “Acontece”.
O livro, que será lançado na próxima quarta-feira (06), às 18h30, na Livraria Cultura do Cine Vitoria, no Rio de Janeiro, leva o leitor à conhecer a criação da Estação Primeira de Mangueira. Apesar de ter nascido no bairro carioca do Catete, Cartola passou a infância no bairro de Laranjeiras e, após criar o Bloco dos Arengueiros, junto com um grupo de amigos sambistas do morro, o compositor sugeriu o nome e as cores verde e rosa, que consagraram a tradicional escola de samba carioca. Cartola também compôs “Chega de Demanda”, o primeiro samba-enredo da escola.
Após compor músicas como “O Mundo É Um Moinho” e “As Rosas Não Falam” que contribuíram para o cenário popular do samba tradicional no Rio de Janeiro, Cartola passou anos esquecido e foi dado como morto, até ser encontrado, por acaso, pelo jornalista Sérgio Porto, em 1956, trabalhando como lavador e guardador de carros, em Ipanema, no Rio de Janeiro.
Embora tenha sido muito elogiado por seu círculo de compositores, colegas e admiradores, Cartola só recebeu todos os créditos por sua contribuição à história da música brasileira após sua morte, aos 72 anos, de câncer, quando então já era considerado um dos estetas geniais da música brasileira. Hoje, o compositor ainda é a maior referência para quem quer conhecer a história do samba e compreender muitas das sonoridades presentes no samba contemporâneo.
Fonte: O Globo
Serviço
Lançamento do livro “Divino Cartola — Uma vida em verde e rosa”
Quando: 06 de fevereiro às 18h30
Onde: Livraria Cultura do Cine Vitoria – R. Sen. Dantas, 45 – Centro – Rio de Janeiro
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Com imagens históricas, livro retrata a vida do cantor e compositor Cartola