Número de mulheres que querem ter filhos em casa cresce em Minas

Kalu Brum com o filho Miguel, hoje com 5 anos

Junia Oliveira /Valquiria Lopes

A lógica de realização de partos em Belo Horizonte tem privilegiado a prática de cesarianas e mostrado que o parto natural vem sendo segunda opção entre gestantes nas maternidades da capital. Dados da Secretaria Municipal de Saúde (SMSA) mostram que este ano, até o dia 12, 11.357 crianças vieram ao mundo por meio de intervenção cirúrgica, o que representa 51,3% do total de nascimentos, enquanto os partos normais somaram 10.756 (48,7%). Os números de 2012 seguem tendência da alta de 2011, quando pela primeira vez nos últimos seis anos a cesariana superou, com o mesmo percentual (51,3%), os nascimentos naturais na capital mineira.

Por trás de quantidades absolutas e de porcentagens, especialistas reconhecem a pressão dos planos de saúde e interesses financeiros pela intervenção cirúrgica. Por outro lado, debatem, do ponto de vista ideológico e do estilo de vida de muitas mulheres, o desejo pela realização do parto em casa, instaurado em todo o país. Na pauta das discussões, federação médica e conselhos regionais discutem a permissão de os médicos poderem dar assistência nesse tipo de procedimento.

Minas Gerais já se decidiu e optou, no sábado, por não impedir a participação de médicos nos partos em domicílio. Também deixou a critério do profissional a presença das doulas – mulheres que dão suporte físico e emocional às gestantes. No Rio de Janeiro ficou definido, no dia 19, que médicos não podem participar de partos domiciliares e que doulas e parteiras ficam proibidas de atuar no procedimento em ambientes hospitalares. (mais…)

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“Por uma infância sem racismo” – repetindo, para quem não viu (e para quem quiser rever também)

Com a campanha Por uma infância sem racismo, o UNICEF e seus parceiros fazem um alerta à sociedade sobre os impactos do racismo na infância e adolescência e sobre a necessidade de uma mobilização social que assegure o respeito e a igualdade étnico-racial desde a infância. Baseada na ideia de ação em rede, a campanha convida pessoas, organizações e governos a garantir direitos de cada criança e de cada adolescente no Brasil.

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Ministério Público de Minas desafia lei e duplica aposentadoria de juízes, que ganharão R$ 1,6 mi

Ezequiel Fagundes – Do Hoje em Dia

Em desafio à lei, o Ministério Público (MP) de Minas autorizou o pagamento de aposentadoria dupla para dois ex-promotores de Justiça, apesar de eles já serem aposentados na magistratura. Divulgada no Diário Oficial do MP da última quarta-feira, a autorização é proibida pela Constituição, contraria o entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF), decisão do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), além de posicionamento do procurador geral de Justiça do Estado, Alceu José Torres Marques.

A divulgação do ato foi publicada sete meses depois da decisão da Câmara de Procuradores de Justiça de Minas. O acúmulo de duas aposentadorias no serviço público só é permitido para profissionais da educação e saúde.

R$ 50 mil por mês

Os beneficiados são o procurador de Justiça aposentado Marcial Vieira de Souza e o promotor de Justiça aposentado Sebastião Naves de Resende. Ambos já eram juízes de direito aposentados. O primeiro, atuou no Tribunal de Justiça do Rio e, o segundo, no Tribunal de Justiça de Minas. Eles fizeram carreira na magistratura e depois ingressaram no MP, por meio de concurso, se aposentando compulsoriamente, em outubro de 2009. (mais…)

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Mineiras discutem violência no parto em audiência pública na Assembleia Legislativa

Ana Paula Garcia da Silva, de 30 anos: "Fiquei sozinha no bloco cirúrgico como se fosse lixo"

Crescem no Brasil denúncias sobre desrespeito e humilhações a gestantes. Médicos reconhecem que precisam rever procedimentos. Em Minas, mobilização leva a audiência pública quarta-feira

Luciane Evans

Era manhã de 18 dia de abril de 2012 e Ana Paula Garcia da Silva, de 30 anos, foi do céu ao inferno em poucas horas. Grávida do primeiro filho, Ana foi vítima, segundo denuncia, de agressões físicas e verbais cometidas por uma equipe médica de uma maternidade particular de Belo Horizonte. Onde esperava aconchego e respeito, ela ouviu palavras rudes, passou por procedimentos que não queria, sentiu-se humilhada e violada. E pior: saiu de lá sem sua menina, Mariana, que morreu 55 minutos depois de nascer. “Não consideraram os meus direitos. Deram-me anestesia à força. Os médicos faziam o que queriam e depois sumiram, sem me dar explicações. Tudo o que a Organização Mundial de Saúde (OMS) declara como práticas claramente prejudiciais no parto foi aplicado a mim”, lamenta, revoltada. (mais…)

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Povoado mexicano declara guerra ao homem mais rico do mundo

Mineradora de Carlos Slim vai explorar jazidas minerais em Puebla, mas comunidade adverte sobre impactos ambientais

Magaly Herrera | Agência Efe

Um povoado rural do centro do México declarou guerra ao homem mais rico do mundo, o magnata mexicano Carlos Slim, para impedir que ele explore algumas jazidas de ouro e prata devido aos riscos ambientais que essa ação pode representar.

As jazidas estão localizadas na montanha La Espejera, em Tetela de Ocampo, no estado de Puebla, onde a mineradora Frisco, de propriedade de Slim, obteve uma concessão para explorar jazidas minerais por 50 anos. Slim foi considerado o homem mais rico do mundo em 2011 pela revista Forbes, com uma fortuna avaliada em 63 bilhões de dólares

“Estamos declarando guerra, mas se Slim quiser nos escutar, tentaremos convencê-lo a não destruir a montanha e nem matar minha comunidade”, disse à Agência Efe o presidente da organização civil Tetela Para o Futuro, Germán Romero.

O projeto ainda se encontra em etapa de prospecção, e a exploração só deverá começar a partir de dezembro, quando obtiver a total liberação por parte do governo federal e das autoridades municipais. (mais…)

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Aty Guasu Kaiowá e Guarani: Aldeia Rancho Jacaré – Laguna Carapã – Carta às autoridades e à sociedade

Os vários assassinatos de nossas lideranças, nosso Sangue e nossas Lágrimas, a destruição de nossos territórios, tudo não tem preço. Dinheiros algum apagarão as nossas dores e lágrimas derramadas.

Por essa razão,

Não vamos nos calar diante de assassinatos e ameaças de extinção de nossos povos e violações de nossos direitos humanos. Não negociamos nossos direitos conquistados com a nossas lutas e mortes.

Nós 400 lideranças/representantes do Povo Kaiowá e Guarani localizadas nos territórios reocupados, das margens de rodovias BR, dos acampamentos e das Reservas, reunidos em nossa Aty Guasu (Grande Assembleia) entre os dias 24 e 28 de julho de 2012, na aldeia Rancho Jacaré, município de Laguna Carapã, vimos por meio deste documento levar aos poderes instituídos do Estado-Nação Brasileiro, tais como: poder executivo (Governo Federal), poderes legislativos (câmara dos Deputados Federais e do Senador da República) e poderes judiciários (Justiças Federais e Supremo Tribunal Federal), a sociedade em geral, nossas decisões e reivindicações, a seguir:

Inicialmente, destacamos a memória de nossas lideranças e aliados mortos; ameaças de morte e assassinados pelos pistoleiros das organizações dos fazendeiros nos últimos meses. Lembramos do Genivaldo e Rolindo Vera de tekoha Ypo`i mortos pelos pistoleiros da fazenda São Luiz, líder Nisio Gomes de tekoha Guaiviry morto e corpo escondido pelos pistoleiros das fazendas, em parte socializamos os resultados das investigações da Policia Federal e do Ministério Público Federal. (mais…)

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Ditadura: Representação brasileira no Chile temia ser alvo de exilados

Documento sigiloso do extinto Estado Maior das Forças Armadas (EMFA) revela que militares e diplomatas que viviam no Chile pré-Allende temiam ações dos militantes de esquerda, em especial dos exilados brasileiros. O documento mostra também que o respeito do povo chileno à democracia incomodava a ditadura brasileira, que já antevia a necessidade de um golpe de estado, caso o candidato marxista fosse vitorioso nas eleições de 1970.

Najla Passos (*)

Brasília -Um documento secreto do governo, obtido com exclusividade por Carta Maior, revela que os representantes da ditadura brasileira que viviam no Chile em 1970 temiam serem alvos de ações de militantes de esquerda, em especial dos milhares de brasileiros que se exilaram naquele país após o golpe de 1964. Entre os brasileiros que exacerbavam o pânico do perigo vermelho, estava o embaixador Antônio Cândido Câmara Canto, reconhecido como um dos diplomatas que mais serviços prestaram ao regime militar.

O documento faz parte do acervo do extinto Estado Maior das Forças Armadas (EMFA), que funcionou entre 1946 e 1999, antes da criação do Ministério da Defesa, e será disponibilizado à consulta pública no Arquivo Nacional, a partir desta quarta (1). São 37 volumes de documentos secretos e ultrassecretos, além de 52 volumes de boletins reservados: correspondências entre autoridades militares e civis do governo brasileiro ou entre integrantes do governo e representantes de outros países sobre temas relacionados à defesa, segurança nacional e cooperação internacional. (mais…)

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RJ – Contra a demolição do hospital do Iaserj, protesto em Copacabana

Jornal do Brasil – Carolina Mazzi

O governador Sérgio Cabral e o prefeito do Rio, Eduardo Paes, foram os principais alvos dos manifestantes que protestaram contra a demolição do Hospital Central do Iaserj (Instituto de Assistência dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro), na manhã deste domingo (29) na Praia de Copacabana.

Ao som de gritos e xingamentos como “Sérgio Cabral é f.d.p!”, cerca de 200 médicos e servidores de outras esferas públicas reclamavam da “precarização da saúde”, promovida, segundo eles, pelo atual governo. O secretário de Saúde, Sergio Cortês, também foi lembrado pelos manifestantes, que o acusaram de apoiar a “privatização”, como afirmou o presidente do Sindicato dos Médicos (SindMed-RJ), Jorge Daze, durante aclamado discurso. (mais…)

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SP – Desabrigados do incêndio na Favela Humaitá se articulam para reivindicar moradia

Marli Moreira, Repórter da Agência Brasil

São Paulo – Não são apenas colchões, cobertores e cestas básicas enviados pelo Poder Público que estão ajudando a minimizar o sofrimento dos desabrigados da favela do Jardim Humaitá, bairro da região de Vila Leopoldina, na zona oeste da cidade. Solidário com a situação das 149 famílias que perderam as suas moradias no incêndio ocorrido sexta-feira (27), um líder comunitário foi ao local para ajudá-los a reestruturar suas vidas.

Morador de uma comunidade da Vila Brasilândia, na zona norte, Rodrigo Olegário Carmelita, de 34 anos, iniciou ontem (28), entre as vítimas do incêndio, a articulação de uma comissão que irá, nesta segunda-feira (30), no início da tarde, à sede da Secretaria Municipal de Habitação de São Paulo (Sehab), no centro da cidade, apresentar diversas reivindicações.

“Vamos solicitar a inclusão deles [moradores que sofreram perdas com o incêndio] nos programas habitacionais e o recebimento de uma bolsa aluguel até que saiam as moradias”, explicou o líder comunitário. Ele informou ainda que também está tentando conseguir um advogado para fazer um levantamento sobre as áreas onde há nove anos os sem-teto foram se instalando em barracos de madeira ou em casas de alvenaria. (mais…)

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SP – Confrontos com PM: 93% morrem na periferia

Bruno Paes Manso – Agência Estado

Em dez anos, entre 2001 e 2010, 93% das pessoas que morreram em supostos tiroteios com a Polícia Militar em São Paulo moravam na periferia. O distrito com mais casos é Sapopemba, na zona leste, com 52 ocorrências. O levantamento do Instituto Sou da Paz usa dados do Programa de Aprimoramento das Informações de Mortalidade da Secretaria Municipal da Saúde.

As chamadas “resistências seguidas de morte” – na Saúde definidas como mortes por “intervenção legal” – também crescem de acordo com gênero, idade e raça das vítimas. Negros e pardos foram os que mais morreram nos últimos dez anos: 54% do total de vítimas na cidade, enquanto no Censo de 2010 apenas 37% da população de São Paulo se declara dessas raças.

Quase todas as vítimas (99,6%) são homens. Em dez anos, só cinco mulheres morreram em supostos confrontos. Segundo Lígia Rechenberg, coordenadora de análise de dados do Instituto Sou da Paz, a idade dos mortos impressiona: 60% têm entre 15 e 24 anos. “A situação mais estranha é a dos jovens com 16 e 17 anos, que correspondem a 9% do total de vítimas e apenas 3,6% da população. É preciso entender por que esses adolescentes estão morrendo”, diz Lígia. (mais…)

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