Junia Oliveira /Valquiria Lopes
A lógica de realização de partos em Belo Horizonte tem privilegiado a prática de cesarianas e mostrado que o parto natural vem sendo segunda opção entre gestantes nas maternidades da capital. Dados da Secretaria Municipal de Saúde (SMSA) mostram que este ano, até o dia 12, 11.357 crianças vieram ao mundo por meio de intervenção cirúrgica, o que representa 51,3% do total de nascimentos, enquanto os partos normais somaram 10.756 (48,7%). Os números de 2012 seguem tendência da alta de 2011, quando pela primeira vez nos últimos seis anos a cesariana superou, com o mesmo percentual (51,3%), os nascimentos naturais na capital mineira.
Por trás de quantidades absolutas e de porcentagens, especialistas reconhecem a pressão dos planos de saúde e interesses financeiros pela intervenção cirúrgica. Por outro lado, debatem, do ponto de vista ideológico e do estilo de vida de muitas mulheres, o desejo pela realização do parto em casa, instaurado em todo o país. Na pauta das discussões, federação médica e conselhos regionais discutem a permissão de os médicos poderem dar assistência nesse tipo de procedimento.
Minas Gerais já se decidiu e optou, no sábado, por não impedir a participação de médicos nos partos em domicílio. Também deixou a critério do profissional a presença das doulas – mulheres que dão suporte físico e emocional às gestantes. No Rio de Janeiro ficou definido, no dia 19, que médicos não podem participar de partos domiciliares e que doulas e parteiras ficam proibidas de atuar no procedimento em ambientes hospitalares. (mais…)