O ex-juiz da Audiência Nacional Baltasar Garzón e a Companhia de Jesus serão os mediadores entre o Governo e os indígenas do departamento de Cauca, situado no sudeste da Colômbia, para pôr fim ao conflito decorrente da presença da Força Pública – militares e policiais – na região.
A reportagem está publicada no sítio espanhol Religión Digital, 16-07-2012. A tradução é do Cepat.
O líder indígena James Terracue confirmou à Rádio Caracol que Garzón e o sacerdote jesuíta Francisco de Rouxconversaram neste domingo em Las Palmas com os representantes das comunidades indígenas para ouvir suas demandas.
Feliciano García, conselheiro político da Associação de Cabildos Indígenas do Norte do Cauca, detalhou ao jornal El Tiempo que na reunião propuseram ao ex-juiz e ao religioso a proposta de desmilitarização do departamento.
“Pediremos garantias plenas para que o governo indígena funcione como vínhamos propondo”, adiantou García, em alusão à solicitação para que a guarda indígena assuma as competências de segurança no Cauca.
No sábado passado, o ex-magistrado admitiu que os indígenas do Cauca lhe haviam pedido para que servisse de interlocutor com o Governo para chegar a uma “conciliação satisfatória”. “Sem dúvida, essa solução será alcançada, e na medida em que possa contribuir, sempre estive disposto a isso e estarei mais uma vez”, disse.
A Força Pública está há uma semana em conflito com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) em Cauca, depois que a guerrilha lançou uma das maiores ofensivas contra este departamento.
O município mais atingido pela violência é o de Turíbio, onde 3.000 pessoas tiveram que abandonar suas casas. Além disso, o Exército sofreu várias baixas, entre elas dois militares que morreram na quinta-feira da semana passada na queda de um avião em que viajavam na altura do município de Jambaló.
Neste contexto, os indígenas de Cauca, que se declararam alheios ao conflito armado, exigiram do Governo que retire a Força Pública do departamento para evitar mais mortes. O presidente do país, Juan Manuel Santos, negou este pedido, alegando que isso permitiria o avanço da guerrilha.
“Nós também estamos cansados da guerra, mas por motivo algum podemos desmilitarizar um só centímetro do nosso território. A Força Pública está aqui e aqui vai ficar”, disse Santos.
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