O Sindicato dos Trabalhadores Públicos Federais em Saúde e Previdência Social no Estado do Rio de Janeiro (Sindsprev-RJ) iniciou uma manifestação na manhã deste domingo em frente ao prédio do Hospital Central do Instituto de Assistência dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro (Iaserj) contra a desocupação do prédio. O processo remoção dos pacientes internados, iniciado na noite de ontem, pretende a desativação da unidade. No local, será erguido um centro de tratamento e pesquisa do câncer. A ação foi classificada pelo sindicato como de “extrema irresponsabilidade”.
De acordo com o Sindsprev-RJ, a remoção foi feita contra a vontade de servidores do Hospital e de familiares dos pacientes. O sindicato, em reportagem publicada em seu site, afirmou que o hospital foi construído com recursos oriundos de contribuições dos servidores. “Atualmente, todo mês a unidade atende a cerca de 9 mil pacientes, faz 1.400 exames de imagem, 30 mil exames de laboratório e 60 atendimentos odontológicos, possuindo ainda 16 leitos de CTI. A maioria dos pacientes (cerca de 75%) é do SUS (Sistema Único de Saúde).”
Ainda segundo o sindicato, com a remoção, o governo Sérgio Cabral Filho (PMDB) encerra definitivamente as atividades do hospital para construir um “‘centro de pesquisas’ em oncologia, deixando sem atendimento os milhares de pacientes que, todos os meses, procuram o Iaserj da Cruz Vermelha”.
O Terra tentou contato com a Polícia Militar do Rio, mas não foi atendido. Ontem, policiais cercaram o prédio para atuar na transferência. Os pacientes que estavam internados na UTI estão sendo encaminhados para o Hospital Estadual Getúlio Vargas.
Cessão de terreno
A cessão do terreno do Hospital Central do Iaserj ao Instituto Nacional de Câncer foi feita pelo governo do Estado em 2008 e, desde então, o cronograma de migração do serviço foi discutido entre governos federal e estadual, servidores, associações de pacientes e de moradores do entorno do atual Iaserj. A Secretaria de Saúde afirmou que dois motivos levaram a decisão: o aumento da demanda por tratamento de câncer e a consequente necessidade de ampliar a capacidade de atendimento do Inca; e o fato de desde 1999 o servidor do Estado não mais contribuir para a manutenção da instituição, levando a uma redução drástica de produtividade na unidade central.
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