Daniel Mello, Repórter da Agência Brasil
São Paulo – Os moradores da Estação Ecológica da Jureia-Itatins, no sul de São Paulo, começaram a receber as citações para se defenderem no processo de despejo, depois que se esgotou o prazo estipulado pela Justiça no começo de julho. As famílias, grande parte caiçaras, são alvo de uma ação movida pelo Ministério Público que obriga o governo estadual a retirar todos os residentes da unidade de conservação. Muitos deles, no entanto, já viviam na região antes da criação da estação ecológica, em 1986.
Segundo a União dos Moradores da Jureia (UMJ), as citações, que estão sendo entregues a cada família por oficiais de Justiça, determinam prazo de 15 dias para que os moradores apresentem defesa no processo. “Isso é complicado, porque a pessoa que é citada, se ela não tem conhecimento, ela não sabe o que fazer”, ressaltou o presidente da UMJ, Dauro do Prado, que está orientando os moradores citados a procurarem a Defensoria Pública. Ele acredita que as chances de sucesso na ação judicial são maiores se atuarem em conjunto. “Acho que tem que ser uma coisa coletiva”.
A expectativa da UMJ é prorrogar o despejo até a votação do Projeto de Lei 60 de 2012 pela Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) que cria o Mosaico Unidades de Conservação da Jureia-Itatins. Assim, parte da área de 97,2 mil hectares seria transformada em reservas de desenvolvimento sustentável, garantindo a permanência da maior parte das 300 famílias que, segundo a união de moradores, vivem na região. Dauro acredita que o projeto, que já passou por consultas públicas no primeiro semestre, possa ser votado ainda em agosto. (mais…)