Entidades cobram políticas públicas para os negros

O preconceito tem impedido a adoção de políticas públicas que possam suprir a carência dos negros por educação, cultura, saúde e emprego em Manaus. Essa realidade foi denunciada por entidades que representam a população negra, nesta terça-feira, durante a tribuna popular, de autoria da vereadora Lucia Antony (PCdoB), que foi realizada, na Câmara Municipal de Manaus (CMM), para marcar o dia da Abolição da Escravatura na Cidade de Manaus, comemorado em 24 de Maio.

O coordenador-geral da CARMA (Coordenação Amazônica da Religião de Matriz Africana e Ameríndia) , Alberto Joge Silva, lembrou que, em Manaus, ainda não há políticas públicas que possam elevar a condição do negro na sociedade. Ele destacou que “forças misteriosas” não permitem, por exemplo, que uma rede de saúde integral da população negra seja instalada na cidade.

Na educação, disse, que há pouca capacitação no ensino da história negra em Manaus, mesmo havendo lei que determina que o assunto deve ser aplicado nas salas de aula. “Não temos uma política efetivamente voltada para a carência do negro na cultura, saúde e na educação. Ter a cor preta não significa ser negro. Só se sabe o que é ser negro quando se sente a dor do preconceito. Não há respeito, essa é a verdade”, declarou.

Lucia Antony afirmou que o preconceito contra os negros ainda é forte nos dias de hoje, mesmo com a escravatura tendo sido abolida há 127 anos, em Manaus. Ela destacou o papel que os membros da Maçonaria desempenharam na luta pela libertação dos negros e em defesa de uma sociedade mais livre. “Precisamos discutir o preconceito, por esse motivo, faço questão de lembrar esta data. O preconceito faz a sociedade mais pobre, não só do ponto de vista material, mas do ponto de vista moral também”, salientou a parlamentar.

Histórico

O Dia da Abolição da Escravatura na Cidade de Manaus foi incluído no calendário oficial da cidade por uma lei apresentada por Lucia Antony e sancionada pelo então prefeito Serafim Corrêa, em 2006. A data é comemorada no 24 de maio porque foi nesse dia que a capital amazonense aboliu a escravidão, em 1884, quatro anos antes da Princesa Isabel ter assinado a Lei Áurea. Manaus foi a segunda cidade no Brasil a abolir a escravatura.
De Manaus, Anwar Assi

 

https://gestaoseppir.serpro.gov.br/noticias/clipping-seppir/26-05-2011

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