Ato em defesa das domésticas

Ouvidor da Secretaria da Igualdade Racial orienta empregados a denunciarem quando se sentirem vítimas de discriminação

A ouvidoria da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) está orientando as empregadas domésticas de São Paulo a denunciar possíveis discriminações que tenham recebido durante processo de recrutamento na empresa de recursos humanos Resilar.

Ontem, no Sindicato dos Bancários, na capital paulista, a Articulação Popular e Sindical de Mulheres Negras de São Paulo e a Central Única dos Trabalhadores (CUT) promoveram um manifesto em defesa das trabalhadoras domésticas e mencionou a denúncia de racismo feita pelo DIA, em 18 de maio.

Em seu site, a empresa Resilar colocou a palavra “cútis” para que o futuro contratante tivesse a opção de escolher a etnia do empregado doméstico a ser selecionado. No dia em que a denúncia foi publicada, a palavra foi retirada do site.

DEPUTADO PEDE APURAÇÃO

O ouvidor nacional Carlos Alberto de Souza e Silva disse que é importante que as empregadas domésticas denunciem os casos de preconceito. “Com certeza, muitas perderam a oportunidade de emprego devido à questão étnica, o que é um crime. Também não sabemos há quanto tempo o site está no ar e quantas pessoas já foram prejudicadas”, explicou.Embora a Seppir não tenha função de investigação, a denúncia será enviada na próxima semana para o Ministério Público do Trabalho, que poderá abrir inquérito contra a empresa.

O deputado federal Edson Santos (PT-RJ), ex-ministro da Igualdade Racial, protocolou denúncia na Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, no Ministério da Justiça e na Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República.

Ontem, O DIA tentou falar com a dona da Resilar, identificada como Íris, mas uma funcionária informou que ela saíra e só voltaria ao trabalho na segunda-feira.

Média de três queixas por dia

Desde sua instalação, no início do ano, a Ouvidoria da Seppir recebe, em média, três denúncias de racismo por dia. De acordo com Carlos Alberto de Souza e Silva, 70% dos casos são de preconceito contra negros. “Muitas denúncias são feitas pela Internet”, disse. As denúncias podem ser feitas pelo tel.: (61) 2025- 7000

 

https://gestaoseppir.serpro.gov.br/noticias/clipping-seppir/19-a-23-05-2011.

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