De manhã, ministro de Minas e Energia, Lobão, marca reunião com indígenas; de tarde se recusa a recebê-los. Falta de diálogo continua.
Ontem de manhã, 4 de Maio, querendo encontrar-se com o ministro de Minas e Energia para entregar um documento com suas reivindicações, as lideranças dos povos indígenas participantes do Acampamento Terra Livre 2011 encontraram as portas do Ministério de Minas e Energia fechadas. Saíram representantes do ministro Lobão, que prometeram visitar os indígenas no Acampamento, para marcar uma reunião entre estes e o ministro.
De fato, uma vez encerrada a manifestação, chegou uma assessora do Ministro, Maria Eustáquia da Silva, com duas propostas. Ou marcariam uma reunião para sexta-feira de manhã (dia 6), ou marcariam para ontem (dia 4) a tarde, às duas horas, no auditório do Ministério. Todos estariam bem-vindos. Como o Acampamento se encerra na quinta-feira, as lideranças optaram pelo convite para reunir-se ainda ontem, quarta-feira.
Porém, quando as aproximadamente cem lideranças indígenas chegaram ao Ministério, no horário combinado, encontraram a porta, mais uma vez, fechada. E a porta ficou fechada. Quando os policiais postados em frente às portas ligaram para avisar a chegada dos indígenas, apareceu uma outra representante do ministro, que negou que uma reunião seja possível. Nem com o ministro, nem com outras pessoas. A promessa, feita poucas horas antes, já foi quebrada.
Falta de diálogo não surpreende
A postura desrespeitosa do Ministério de Minas e Energia em nada surpreende, visto que é totalmente congruente com a conseqüente falta de diálogo com os povos indígenas, acerca de projetos de geração de energia que incidem sobre suas terras. Tal com é o caso com Belo Monte. A falta de diálogo e de oitivas indígenas levou a Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA recentemente à decisão de requerer a suspensão imediata das obras de Belo Monte, até que sejam realizadas as consultas prévias, livres, informadas e culturalmente adequadas juntos aos povos indígenas.
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