MG – Brejo dos Crioulos e a dívida dos governos brancos

Sexta feira dia 25 de março de 2011 a polícia militar com o sargento Marcos de Varzelândia esteve dentro do acampamento de Brejo dos Crioulos sem apresentar mandado judicial aos quilombolas acampados. Domingo dia 26 de março de 2011 pistoleiro conhecido por Veião ou Veioti contratado por Miguel Véo Filho deu tiros afugentando meninos que nadavam perto da ponte no território quilombola. Segunda feira dia 27 de março de 2011 novamente a polícia militar comandada pelo sargento Marcos e o oficial de justiça de Varzelândia Mágno entraram no acampamento para realizar despejo dos acampados quilombolas e segundo os quilombolas não apresentaram o mandado judicial.

Os últimos quatro anos do governo FHC, os oito anos do governo Lula e os três meses do governo Dilma não conseguiram ainda desapropriar o território Quilombola Brejo dos Crioulos. Luta esta de mais de 12 anos e dívida social longa. Esses governos ainda não mostraram que não estão a serviço da elite branca deste país. Este processo já se encontra na Casa Civil necessitando somente de vontade política em reconhecer a dívida social para com os remanescentes. Enquanto isso o poder judiciário nestes 12 anos, benevolente com a propriedade privada, tem feito o mais fácil e rápido para o latifúndio ou seja o despejo. Em fevereiro foi tirado a competância da Vara de Despejo de Conflitos Agrário e no dia do despejo foi enviado à Vara Federal (de Despejo?) e em um mês sai o despejo sem ouvir a defesa.

Doze anos não foram suficientes para mostar ao executivo e judiciário que o problema social não se resolve com o despejo e sim com a desapropriação. Mas a diferença é que o latifúndio representa o dinheiro e os quilombolas a miséria e pobreza da elite brasileira.

Solicitamos às autoridades (in)competentes soluções já tão atrasadas e solicitamos a todos ligados aos direitos humanos ações para tentarmos acabar de vez com essa vergonha nacional.

Comissão Pastoral da Terra
Paulo R. Faccion

Postada por Pablo nas lista do CEDEFES.

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