SORAYA AGGEGE
Devastação em queda e degradação em alta. Foi isto o que aconteceu com a floresta amazônica nos últimos seis meses contados até fevereiro, segundo dados divulgados ontem pelo Instituto Amazon, que funciona a partir de um pool de ONGs e monitora a floresta por satélite. Em resumo, de agosto de 2010 a fevereiro de 2011 o desmatamento atingiu 925 quilômetros quadrados, quase a mesma extensão da área devastada entre agosto de 2009 e fevereiro de 2010. Isso equivale à devastação, em seis meses, de área equivalente à de 112.000 campos de futebol. Já a área florestal degradada aumentou 304% – de 950 quilômetros quadrados, entre agosto de 2009 e fevereiro de 2010, para 3.836 quilômetros quadrados, no período agosto de 2010/fevereiro de 2011. Na comparação dos meses de fevereiro em 2010 e 2011, a área degradada foi 14% maior agora.
GEOGRAFIA DA DEVASTAÇÃO
Rondônia e Pará são os estados em que houve maior devastação em fevereiro. Mais de 85% da área devastada no mês pertence aos dois estados – 56% a Rondônia e 30% ao Pará. O restante do desmatamento ocorreu no Mato Grosso (11%) e Roraima (3%).
Em relação à situação fundiária, 60% da área desmatada em fevereiro está localizada em propriedades privadas ou sob diversos estágios de posse. O restante do desmatamento foi registrado em Unidades de Conservação (24%), Assentamentos de Reforma Agrária (14%) e Terras Indígenas (2%).
Nas Unidades de Conservação, que deveriam estar absolutamente protegidas, foram devastados 15 quilômetros quadrados de floresta em Rondônia. No caso das Terras Indígenas, o desmatamento também foi registrado em Rondônia.