Fukushima está perto de nós! artigo de Norbert Suchanek

Sábado à tarde, dia 12 de março, as notícias sobre o acidente nas usinas nucleares de Fukushima no Japão correm no meu computador. E em um quilômetro de distância da minha casa desfilam as melhores cinco escolas de samba pela ultima vez neste Carnaval de 2011. Neste mesmo momento, um jornal da internet, na Alemanha, escreve: “parece que um GAU** aconteceu no Japão!” E a segunda notícia mais importante deste jornal fala sobre o jogador David Beckham, que seu quarto filho será pela primeira vez uma filha! No momento quando eu pensei sobre esta combinação de notícias caiu a energia. Pow! Luz, computador, tudo caindo na hora. TV, rádio, nada funciona mais. O meu bairro Santa Teresa ficou no escuro e no desconhecimento dos acontecimentos no Japão. Apagões como este acontecem frequentemente, quase uma vez por semana, aqui no Rio de Janeiro que recebe a eletricidade das usinas nucleares Angra 1 e Angra 2, construídas numa “Pedra Podre”…

Mas agora não é o tempo para reclamar, é o tempo para refletir. Vai ter um novo Chernobyl no Japão, poluindo o ar e o mar com milhares de elementos radioativos transportados pelas correntes e ventos até outros continentes, igual como 25 anos antes na Ucrânia? Por que o acidente nuclear de 1979, em Harrisburg nos EUA, e o grande desastre de Chernobyl não tiveram consequências sérias como proibir e fechar para sempre todas as outras usinas nucleares no mundo?

Me lembro bem que a maioria do povo alemão não gostava destas usinas caras e perigosas já antes do desastre nuclear no território da antiga União Soviética que contaminou várias partes da Europa. Com os efeitos das chuvas radioativas chegando de Chernobyl em cima das florestas, hortas, cidades, escolas e jardins de infância, especialmente no sul do Alemanha, a população estava ainda mais crítica contra energia nuclear. Por isso, o Partido Verde da Alemanha (Die Grünen) e os socialdemocratas (SPD) foram eleitos em 1998, 12 anos depois de Chernobyl. Eles foram eleitos para mudar o sistema industrial da Alemanha, para criar mais empregos sustentáveis e para fechar as usinas nucleares!
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Impactos indiretos de Belo Monte serão muito maiores que os diretos

O professor Luiz Pinguelli Rosa publicou na Folha de S. Paulo, no último dia 12 de fevereiro, um artigo defendendo a construção da hidrelétrica de Belo Monte. Um de seus principais argumentos foi o preço oficial que a sociedade pagaria por sua energia: R$ 68/MWh, em comparação com o das novas termelétricas, de R$ 140/MWh.

Achei curioso o professor acreditar na manutenção dos R$ 68 e por outro lado citar tão genericamente a redução do fluxo no canal principal do rio. “A solução é garantir uma vazão mínima (pelo leito original do rio)”, escreve.

De quanto seria essa tal vazão mínima? Ela garantiria a sobrevivência dos peixes e a navegabilidade do rio? É difícil acreditar, principalmente para quem conhece a região e sabe que durante boa parte do ano o Xingu já praticamente não corre. A água para mover as turbinas principais da barragem seria desviada do leito do Xingu por canais gigantescos. Quanto mais água passar pelo leito natural do rio, menos energia será gerada pela água desviada pelos canais. É evidente que o consórcio vai repassar essa conta ao consumidor.

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Polícia confirma prisão de três acusados de assassinato de Sebastião

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Além dos irmãos Janes e Ricardo, que já eram considerados foragidos pela Polícia, uma mulher com suspeita de participar do crime foi detida

A Polícia Civil de Gurupi confirmou, no final da tarde de ontem, que prendeu três acusados de assassinar o ativista de direitos humanos Sebastião Bezerra da Silva, 40 anos. O ativista, quer era coordenador do Centro de Direitos Humanos de Cristalândia e secretário regional Centro-Oeste do Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH), foi localizado morto no domingo 28 de fevereiro em Dueré, no Sul do Estado. O seu corpo estava semienterrado em um formigueiro, com uma corda amarrada no pescoço.

Dos três suspeitos, dois já tinham os seus nomes divulgados pela polícia – os irmãos Janes Miguel Gonçalves Júnior, 19 anos, e Ricardo José Gonçalves, 20 anos. Eles foram presos fora do Tocantins por agentes da Delegacia Especializada em Investigações Criminais (Deic) de Gurupi. A polícia não revelou o Estado em que os irmão foram detidos, mas, antes da prisão dos acusados, os policiais realizaram buscas em Goiânia. Eles devem ser transferidos para Gurupi na terça-feira. A outra pessoa acusada é uma mulher, que não teve a identidade revelada e foi capturado em Gurupi. Entre segunda-feira ou terça-feira, o delegado responsável pela Deic de Gurupi, Jackson Ribas, deve conceder uma entrevista coletiva para dar mais esclarecimentos sobre a prisão. (mais…)

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Belo Monte reflete uma “economia desmaterializada”, analisa coordenadora de grupo de estudos ambientais da UFMG

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Andréa Zhouri: audiências públicas viraram mise-en-scène de democracia

No Dia Internacional de Luta contra as Barragens, 14 de março, o Grupo de Estudos em Temáticas Ambientais (Gesta) da UFMG e a Associação Brasileira de Antropologia (ABA) direcionam sua “artilharia” para o mais polêmico empreendimento elétrico em curso no Brasil: a construção da Usina de Belo Monte, no Rio Xingu, no Pará.

As duas entidades promovem, nesta segunda-feira, a partir de 19h, no auditório Sônia Viegas da Fafich, um simpósio em que serão discutidos os impactos socioambientais e a condução do processo de licenciamento da usina, projetada para ser a terceira maior do mundo.

Para isso, foram convidados três pesquisadores que desempenharam papel de proa no chamado Painel de Especialistas, responsável por detalhada análise do EIA/Rima do empreendimento: a antropóloga Sonia Maria Barbosa Magalhães, da Universidade Federal do Pará (UFPA), conhecedora dos povos indígenas da região, Oswaldo Sevá Filho, da Unicamp, que acompanha o desenrolar do projeto desde os anos 80, e Francisco del Moral Hernandez, da Universidade de São Paulo. (mais…)

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“Lá não tem nada, só cerrado!”

cerrado

Por Lenise Garcia

A frase, acreditem, é do Ministro da Agricultura, Wagner Rossi. Destacada pela Renata lo Prete, eu vi a citação no blog do Noblat:

“Nadinha”
Renata Lo Prete, O Globo

Wagner Rossi (Agricultura) causou espanto em reunião do “Conselhão”, anteontem, ao dizer que a expansão da fronteira agrícola para Maranhão, Tocantins , Piauí e oeste da Bahia não tem impacto ambiental nenhum. Isso porque, segundo o ministro, “lá não tem nada, só cerrado”.

Os comentários no blog também evidenciam a pouca compreensão que muitos brasileiros tem das questões ambientais. Penso que parte da culpa é dos ambientalistas – comento abaixo – mas, se é algo compreensível em pessoas pouco informadas, acho imperdoável para um Ministro de Estado. Não por acaso a discussão sobre o Código Florestal promete esquentar. (mais…)

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