Evento tem início na próxima segunda, dia 14 de março, e debaterá temas que também pautam a campanha da CNBB
Seguindo o tema da Campanha da Fraternidade 2011 – “Fraternidade e a Vida no Planeta”, lançada ontem (9), em Brasília, entidades e movimentos sociais promovem evento para discutir os efeitos das Mudanças Climáticas. O Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Social realiza, entre os dias 14 e 16 de março, o 2º Simpósio Nacional de Mudanças Climáticas e Justiça Social. O evento acontecerá no Centro de Formação Vicente Cañas, no município de Jardim Ingá (GO).
Segundo o sociólogo e coordenador do Fórum, Ivo Poletto, o objetivo do Simpósio é que os setores sociais (movimentos, organizações, sociedade em geral) e as Igrejas, mobilizados para influir nas políticas públicas, alcancem encaminhamentos concretos sobre a questão ambiental, fazendo frente às mudanças climáticas.
Está marcado para o último dia do Simpósio, um ato público, para o qual o FMCJS está convidando ministros de Estado e autoridades religiosas, para que, juntos, possam debater sobre perspectivas das políticas públicas sobre mudanças climáticas. Além disso, os participantes aprovarão uma carta-compromisso, em que se estabelecerão metas a serem cumpridas e ações concretas para combater o aquecimento global em território nacional. O local escolhido para o ato público foi o Centro Cultural de Brasília (CCB), que fica na 601 Norte, módulo B.
O Simpósio tem o apoio do Fundo Nacional de Solidariedade, da Campanha da Fraternidade, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB); do Conselho Indigenista Missionário (Cimi); da Misereor (instituição ligada à Igreja Católica da Alemanha); a Agência Católica para o Desenvolvimento Exterior (CAFOD); da DKA; da Coordenadoria Ecumênica de Serviço (CESE).
Lançamento da CF 2011
A Campanha da Fraternidade 2011 foi lançada com uma coletiva de imprensa na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O tema, que já tem sido pautado pelos diversos meios de comunicação, é “Fraternidade e a Vida no Planeta” e, de acordo com a entidade, o intuito é provocar o debate sobre o aquecimento global, as mudanças climáticas e as atitudes humanas que amenizam ou aceleram estes efeitos no planeta.
Durante a entrevista, dom Dimas Lara Barbosa, secretário Geral da CNBB, citou vários problemas ambientais e ações humanas que contribuem para o aumento de tais efeitos. “Os últimos desastres, como os que aconteceram nas cidades serranas no Rio de Janeiro, alertam para as ocupações desordenadas nas encostas e alertam para um maior planejamento de desenvolvimento sustentável”, destacou.
O secretário também citou a usina hidrelétrica de Belo Monte, que já vem trazendo para a cidade de Altamira, Pará, um enorme fluxo de pessoas sem a infraestrutura necessária, destacou. Dom Dimas também criticou a formulação do novo Código Florestal. Questionado sobre o novo texto, ele afirmou que há pontos que preocupam, como a anistia para pessoas que cometeram crimes ambientais e a redução dos limites ambientais. Ele também ressaltou a necessidade de maior respeito, no novo Código, às populações ribeirinhas, indígenas e quilombolas. Segundo o secretário, a CNBB está trabalhando, juntamente com outras entidades e movimentos para tentar promover mudanças no texto do novo Código.
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