SP – Criança de 10 anos sofre violência no Extra

Afropress  – Chamado de preto sujo, fedido, encostado à parede de uma sala e obrigado a tirar as roupas que vestia, um garoto de apenas 10 anos – cujo nome é omitido em respeito ao que estabelece o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) – ainda guarda o trauma sofrido, após ser abordado por seguranças, na última quinta-feira (13/01), numa loja do Supermercado Extra, na marginal do Tietê, em S. Paulo, região do bairro da Penha, na Zona Leste de S. Paulo, acusado de furtar mercadorias do estabelecimento.

O menino contou ao pai – Diógenes da Silva -, que foi levado por um dos seguranças para uma sala onde estavam outros dois meninos e três seguranças. As crianças foram obrigadas a baixar as calças e a levantar as camisetas, enquanto um dos seguranças pegou um canivete e passou a encostar nos garotos.

Os seguranças também são acusados de bater com um papelão na mesa para amedrontar os meninos que foram liberados em seguida.

“Meu filho está mal. Ele anda triste e muito assustado. Ele contou também que foi xingado de “negrinho sujo”. Meu filho é apenas uma criança, não deveria ter sido tratado assim, até porque ele não furtou nada do estabelecimento. Tenho o cupom fiscal. O que ele comprou pagou”, afirma o pai, que deu queixa no 10º Distrito Policial.

O caso lembra a situação vivida no final de 2009 pela dona de Casa Edna do Carmo, que estava acompanhada também de seu filho de 7 anos, submetida a constrangimentos, junto com a criança, quando passava pelo caixa de uma loja do supermercado Extra, da Avenida Ana Costa, em Santos. O Ministério Público de Santos, recusou-se a determinar a instauração de Inquérito Policial, após o registro da queixa, alegando não ter havido crime.

O recurso ao Conselho Superior do Ministério Público do Estado de S. Paulo, ainda não foi julgado. O advogado Dojival Vieira, constituído pela dona de casa, entrará com Ação de indenização por danos morais contra o Grupo Pão de Açúcar.

Explicações

Diógenes, que mora com a mulher e o filho em um apartamento na Zona Leste, disse que foi ao hipermercado cobrar explicações, porém, lá foi atendido pelo chefe de segurança que se negou a mostrar a fita com as imagens do circuito interno, que poderão comprovar a violência contra as crianças.

Em Nota Oficial, a Assessoria do Grupo Pão de Açúcar, a quem pertence o hipermercado Extra, desmentiu a versão da criança e do pai e garantiu que os funcionários agiram de maneira respeitosa e ética, seguindo o padrão operacional da empresa. A Rede disse que vai colaborar com a Polícia para esclarecer o que aconteceu no interior da loja.

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