Operação Xavante: um etnógrafo a serviço da ditadura

Bernardo Carvalho – São Paulo

Esquecido por seus contemporâneos, o controverso etnógrafo Luís Gomes Santos (1941-84), autor de uma tese sobre um suposto “mito da recepção” xavante, teria sido um agente da ditadura incumbido de conciliar cientificamente a cosmogonia ameríndia aos propósitos militares de ocupação da Amazônia.

NÃO É À TOA QUE NINGUÉM, nem professores nem alunos da turma de 65 do curso de graduação em Ciências Sociais da Universidade de Brasília, se lembra dele. Os colegas procurados pela Folha ignoram o seu nome, como se ele realmente nunca tivesse existido. É natural. Com o golpe de 64, Luís Gomes Santos (1941-84) pôs seu trabalho intelectual a serviço dos interesses militares. E, durante mais de cinco anos, escreveu o que o governo quis ler –e divulgar– sobre os índios xavante. (mais…)

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SOS Mata Atlântica constata que 30% das fontes de água do país têm qualidade ruim ou péssima

Isabela Vieira – Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – Pesquisa da organização não governamental (ONG) SOS Mata Atlântica mostra que as fontes de água no país estão cada vez mais poluídas e que, diante disso, a saúde da população corre risco. Ao analisar amostras de 43 corpos d’água, em 12 estados e no Distrito Federal, a ONG verificou que nenhuma amostra foi considerada boa ou ótima.

As análises foram feitas ao longo de 2010. Com base em parâmetros definidos pelo Ministério do Meio Ambiente, o estudo revela que em 70% das coletas feitas em rios, córregos, lagos e outros corpos hídricos, a qualidade da água foi considerada regular. Em 25%, a qualidade era ruim e em 5%, péssima.

Em visitas a pontos de educação ambiental da ONG, foi avaliada a qualidade da água para consumo e concluiu-se que as águas precisam de tratamento para qualquer uso, seja para o consumo ou para indústria. Nos locais visitados, também foi constado que o principal agente de poluição é o esgoto doméstico. (mais…)

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Veredas destruídas

Izabel Maria Renosto, de Parauapebas, no Pará, ficou muito triste durante uma viagem na região leste do Maranhão ao ver a destruição das veredas para dar lugar ao plantio de eucalipto. Nossa reportagem foi ver de perto a situação e constatou que a preocupação de Izabel é também das comunidades tradicionais da região.

As veredas que Izabel Maria Renosto relatou ficam aqui na região do baixo Parnaíba, leste do Maranhão, e abrangem oito municípios. É uma área de mata nativa, típica do Cerrado brasileiro. As matas estão sendo derrubadas para dar lugar ao plantio do eucalipto. (mais…)

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HORA DE COBRAR: VALE PAGA MENOS ROYALTIES QUE A PETROBRAS

Carta Maior – Domingo, 09/01/2011

O tucano Roger Agnelli, presidente da Vale, está com os dias contados na direção da empresa  privatizada por FHC  em 1997. Seu mandato termina em março e não será prorrogado. O governo Dilma, através dos fundos de pensão das estatais e do BNDES (sócios da Vale), tem condições de interferir na sucessão. Agnelli travou uma queda de braço com o governo Lula nos últimos anos tornando-se um personagem à altura daquele que foi o mais indecoroso capitulo do processo de  privatização realizado pelo PSDB nos anos 90. Vendida  quando era a principal estatal brasileira, a Vale rendeu ao Estado a  bagatela de  R$ 3,3 bi,  exatamente a metade do lucro líquido obtido em um único  trimestre de 2010 (R$  6,6 bi entre abril/junho do ano passado).

FHC  não tremeu a voz  ao narrar uma fábula tucana no programa ‘Palavra do Presidente’, em 26/11/1996: ‘Vendendo a Vale”, justificou, ‘ nosso povo vai ser mais feliz, vai haver mais comida no prato do trabalhador “. Nos  últimos anos, Agnelli  resistiu aos apelos do Presidente Lula para traduzir ‘a felicidade’ prometida por FHC em investimentos  que agregassem valor às exportações  brasileiras, em vez de simplesmente produzir buracos no país mandando minério bruto para o exterior. Não o fez. Pior que isso, a exemplo de todo o setor de mineração, a Vale  paga à sociedade menos royalties do que a Petrobrás: 2% contra 10%. Se reverter o processo de alienação tornou-se difícil, que se obtenha da mineradora, ao menos, uma alíquota dos lucros equivalente à propiciada pela estatal que mais adiciona investimentos à economia. No momento em que o governo da Presidenta Dilma se propõe a erradicar a miséria no país, é hora de cobrar uma contribuição justa de quem há 13 anos usufrui riquezas, sem contrapartida proporcional. Não basta trocar Agnelli, é preciso trocar a lógica da espoliação. (Leia também no ‘Valor”, “Mineração x petróleo. Os royalties nossos de cada dia”, de Luiz Begazo;07/01/2011)

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Paraguay: Gobierno afirma querer participación de indígenas en regularización de tierras

Servindi, 8 de enero del 2011.- Apostar a la participación de las comunidades indígenas con el objetivo de fortalecer el programa de regularización de tierras, es la meta que se ha propuesto el gobierno de Paraguay para este año. Así lo declaró Lida Acuña, titular del Instituto Nacional del Indígena (INDI), e indicó que no existen cifras exactas de la cantidad de tierras a regularizar en el presente año.

“Se está dentro del programa del gobierno que fijó en 100 mil hectáreas la meta para el período 2008-2013”, expresó. Asimismo informó que este año se cuenta con una importante cantidad de recursos en lo concerniente a la adquisición de tierras.

“Esto marca un acontecimiento histórico ya que la falta de fondos era una de las dificultades que se habían presentado”, explicó Acuña. (mais…)

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ERRADICACIÓN DEL RACISMO: La geografía de la “raza”

Diversidad en conflicto. El Perú, país de todas las sangres, mantiene una tara que es el racismo. Aquí una mirada arguediana a un problema vigente.

Por: José María Arguedas*

Domingo 9 de Enero del 2011

Que el grado y vastedad de la difusión de la cultura europea en el Nuevo Mundo estuvo determinado por la geografía y el mayor o menor desarrollo alcanzado por los pueblos nativos, es un hecho suficientemente demostrado.

México, América Central y el Perú conservaron una excepcional cuantía de su población y pervivencias profundas de su antigua cultura porque los conquistadores aprovecharon el trabajo de estos pueblos y las instituciones que a través de su desarrollo histórico lograron organizar precisamente para conseguir el máximo aprovechamiento del medio al servicio del hombre.

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O cortejo do atraso

O queixume entreouvido nos bastidores do governo logo evoluiu para um desavergonhado bate-boca. Primeiro, o PMDB se ressentiu da perda de espaço no primeiro escalão, com ministérios relevantes como o das Comunicações e da Saúde subtraídos da cota do principal partido aliado da presidente Dilma Rousseff e entregues, respectivamente, aos petistas Paulo Bernardo e Alexandre Padilha. Depois, a cúpula não se conformou com a troca de mãos das joias do segundo escalão das duas pastas, os Correios e a Funasa. E o novo ministro teve de ouvir uma espécie de “vai para casa, Padilha” do líder peemedebista na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN): “Parece que vocês não aprenderam com o mensalão. Depois não venham correr atrás do PMDB para resolver os problemas”.

A temperatura na formação de novos governos é tradicionalmente quente na história política brasileira, afirma o filósofo e coordenador do Núcleo Direito e Democracia, do Centro Brasileiro de Planejamento e Análise (Cebrap), Marcos Nobre. “Ministros se xingavam em público na composição da equipe do primeiro mandato do Fernando Henrique, em 1995”, lembra esse paulistano de 45 anos, doutor pela Universidade de São Paulo (USP), com pós-doc na Universidade de Frankfurt, Alemanha. Mas Dilma deve estar atenta, diz, pois o xadrez da partilha de cargos pode complicar.

Professor do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade de Campinas (Unicamp), Nobre tem se dedicado ao estudo de um fenômeno singular da cultura política brasileira, o “peemedebismo” – espécie de consenso conservador, feito para acomodar todo o mundo e deixar tudo como está. Em artigo publicado na revista Piauí, Nobresustenta que, diante de tal traço de continuidade na política brasileira, nem o Plano Real de FHC nem o “lulismo” descrito pelo cientista político André Singer podem se apresentar como grandes novidades. (mais…)

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Bancada ruralista aumenta com o reforço de novos parlamentares

Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar – DIAP

A bancada ruralista, uma das mais eficientes do Congresso, cresceu nas eleições de 2010 e terá sua capacidade de atuação ampliada nas discussões, articulações e negociações de políticas públicas do setor no âmbito do Poder Legislativo.

Levantamento realizado pelo DIAP aponta a reeleição ou eleição de 159 parlamentares que deverão priorizar, a partir de 2011, a agenda do setor rural.

Dos 159 parlamentares ruralistas, 91 são deputados reeleitos e 50 deputados novos. Para fechar a conta, há ainda 18 senadores, sendo dez atuais com mandato até 2015, seis novos e dois reeleitos que cumprirão mandato até 2019.

Na atual legislatura, o DIAP identifica 120 parlamentares atuantes na defesa da agenda ruralista, apenas três a mais que a quantidade da legislatura passada, que contava com 117 representares do setor empresarial rural. (mais…)

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