Mayron Régis
Ao se aproximarem, sobrevivia uma impressão de que tudo parara em cima da Chapada. O senhor Manoel do Baturité, do assentamento Baturité e do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Chapadinha, Baixo Parnaiba maranhense, prontamente desfez essa impressão. A visão do homem esbarra em vários bacurizeiros – abraçados com centenas de bacuris ou apenas acobertando o solo da Chapada com seus troncos, suas raízes e com suas folhas que descem aos borbotões quando o inverno desaba.
O Nambum-Perdiz, espécie ameaçada de extinção, gorjeava em algum ponto da Chapada. O senhor Manoel soltou vários comentários sobre essa espécie de ave: que ela é difícil de caçar, que quando se queima a Chapada ela se aquieta para que ninguém a veja e que ela come cupim.
Nessa parte da Chapada, entre os municípios de Chapadinha e Afonso Cunha, as comunidades da Vila Borges, do Veredão e do Guarimã, nos meses de janeiro, fevereiro, março e abril, priorizam a coleta dos bacuris caídos a partir das primeiras grandes chuvas. As comunidades do Caboclo e da Santa Fé desvelavam os bacuris do final da Chapada e ali se apanhava muitos bacuris em todas as safras. (mais…)