A recente demissão do jornalista Dawton Moura pelo jornal Diário do Nordeste mostra como os chefes da mídia empresarial exercem seu poder de controle sobre os meios de comunicação com mão de ferro para negar ao povo fatos e idéias consideradas perigosas para os seus interesses de classe. O crime do jornalista: conceder ao público, subsidiado por professores do Departamento de História da UFC, a visão de fatos históricos que, ao longo de dois séculos, influenciaram o desenvolvimento político da humanidade. A matéria foi baseada principalmente nas reflexões que o sociólogo brasileiro radicado na França Michael Löwy apresentou recentemente em Fortaleza. Apesar de ser um pensador prestigiado no mundo inteiro com dezenas de livros publicados em vários países, a empresa o definiu “democraticamente” como proscrito. (mais…)
Day: 31 de outubro de 2010
HIP HOP contra o genocídio da juventude
O Fórum de Hip Hop Municipal SP promoverá seminário para discutir o encarceramento das mulheres no Brasil. Muita coisa é revelada sobre a precariedade do sistema carcerário no aprisionamento de homens. Entretanto o questionamento que os integrantes do Fórum de Hip Hop Municipal SP fizeram durante a organização deste evento é com relação a esse sistema masculinizado que é precário no atendimento aos homens e que fica muito distante em atender necessidades básicas da mulher.
Nos presídios temos a abstração do machismo, inserido na sociedade brasileira, visivelmente e sensivelmente concreto, seja na vestimenta ou na ação de secretarias de seguranças com politicas de negação de visitas intimas.
As maiores reclamações dessas mulheres, retiradas do convívio em sociedade pela justiça, estão relacionadas a dois tópicos chaves:
• Estrutura física do sistema penitenciário. Existem 31 mil mulheres presas em locais com capacidade para 16 mil, conforme dados do DEPEN (Departamento Penitenciário Nacional);
• Não garantia de direitos básicos, em busca da reinserção a sociedade, como, por exemplo, maternidade, relações familiares, saúde e sexualidade. Além do acesso aos utensílios de extrema necessidade, como sabonetes, xampus, papel higiênico, absorventes, entre outros. (mais…)
Sem caça, índio krahô quer ser vaqueiro
Quando os caciques Krahô escolheram o nordeste do estado do Tocantins para se fixarem, a abundância relativa à população de animais silvestres foi o quesito mais importante na demarcação dos 302 mil hectares que compreende a Terra Indígena Kraolândia – localizada nos municípios de Goiatins e Itacajá (TO). Naquela época, a população não chegava a mil índios e a fartura de caça garantia a segurança alimentar deste povo.
Hoje, 70 anos depois, cerca de três mil índios vivem em 26 aldeias espalhadas na reserva. Em tempos de seca, as tradicionais caçadas só são revividas nas histórias contadas pelos anciãos. O desmatamento ao redor da área e o choque entre as aldeias por conta das regiões delimitadas para a caça e a alta taxa de natalidade – em 1989 eram 1.198 índios (Funasa) – resultaram no declínio de animais silvestres. Com a caça cada vez mais rara, os índios discutem a possibilidade de introduzir a criação de gado “curraleiro” e outras espécies que garantam o alimento nas comunidades. De grandes caçadores, um sonho antigo renasce entre os krahô: o de serem vaqueiros. (mais…)