Ceará – Morte de José Maria completou seis meses sem justiça

Colegas de Zé Maria promoveram vários atos em memória dele (MAURI MELO)

Associação que era presidida por José Maria filho segue a luta iniciada por ele como a substituição das casas de taipa do Sítio Tomé. O assassinato do ambientalista de Limoeiro do Norte completou seis meses. O crime permanece sem solução.

Há seis meses, na data em que se comemorava o Dia de Tiradentes, dia 21, o ambientalista e agricultor José Maria Filho, o Zé Maria do Tomé, era assassinado com 19 tiros, no caminho de casa, em Limoeiro do Norte, na região jaguaribana. Até agora, a polícia não identificou os assassinos. As investigações continuam sendo feitas pelo delegado de Limoeiro do Norte, José Fernandes Pereira. Ontem, ele estava viajando, e, segundo o inspetor Marcos, que se encontrava na delegacia, apenas o delegado poderia informar sobre o andamento das investigações.

Os movimentos sociais e entidades que realizaram manifestações mensais desde a morte do ambientalista, não realizaram eventos este mês. Mas, segundo Regilvânia Mateus, da Cáritas Diocesana de Limoeiro do Norte, a data não está esquecida e um evento será marcado posteriormente.

José Maria do Tomé lutava por melhorias em sua comunidade e combatia o uso indiscriminado de agrotóxicos no perímetro irrigado Jaguaribe-Apodi onde se cultiva principalmente bananas. “Atualmente, a Associação dos Moradores do Sítio Tomé dá continuidade ao projeto do Zé Maria de substituir as casas de taipa por casas de alvenaria. Serão construídas 50 casas”, informou o padre Júnior Aquino da Diocese de Limoeiro do Norte.

Como liderança comunitária José Maria do Tomé também denunciou a desapropriação dos agricultores devido à implantação de grandes projetos de irrigação na região do Vale do Jaguaribe e também denunciava a contaminação da água devido à pulverização com agrotóxicos que prejudica às famílias e os animais.

Segundo estudos feitos pelo Núcleo Tramas da Universidade Federal do Ceará, com a coordenação da professora Raquel Rigotto, a água consumida contém substâncias encontradas no veneno utilizado para a pulverização das fruteiras no perímetro irrigado.

Segundo o padre Júnior, foi firmado um termo entre a Prefeitura de Limoeiro do Norte, a Superintendência Estadual de Meio Ambiente (Semace) e o Ministério Público a fim de que fosse elaborado um projeto para levar a água da sede de Limoeiro para as famílias que moram na Chapada do Apodi. Mas até agora o projeto não foi concretizado. Na missa de sétimo dia do Zé Maria Filho, em abril passado, as entidades assumiram o compromisso de dar seguimento à luta encampada por ele.

Rita Célia Faheina – [email protected]

http://www.opovo.com.br/app/opovo/ceara/2010/10/21/noticiacearajornal,2054816/morte-de-ambientalista-completa-seis-meses.shtml

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