Desmatamento e poluição deixam leito do Rio São Francisco assoreado

Do Alto São Francisco, em Minas, ao nordeste, passando por Sobradinho, efeito do desmatamento e da poluição é visível no leito assoreado, onde bancos de sujeira se multiplicam e a vida definha

Mateus Parreiras, Estado de Minas

Abaeté, Barra (BA), Felixlândia, Paraopeba, Pompéu, São Gonçalo do Abaeté e Três MariasA visão do Rio São Francisco se abrindo em águas escuras diante da proa do barco, até onde o olho alcança, é um alívio para o pescador Norberto dos Santos, de 65 anos. Minutos antes, ele percorria, com as narinas ardendo, as águas malcheirosas e turvas do Córrego Barreiro Grande, afluente do Velho Chico, para mostrar o lixo e o esgoto que descem sem tratamento pela correnteza, gerados pelos 30.600 habitantes da cidade de Três Marias. Como é um dos mais experientes navegadores da região, o pescador conhece atalhos no rio e pilota em uma área por onde despontam da água folhagens e aguapés. Em uma das manobras, porém, o barco para, em um tranco. Confuso, depois chateado, o pescador constata que o acúmulo de lixo, e sedimentos criou mais uma ilha de detritos no meio do curso d’água e fez a “voadeira” encalhar. Uma situação que se repete em diversos trechos, sobretudo no Alto Rio São Francisco, onde pesquisa inédita encomendada pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF) mostra que quase 60% da cobertura vegetal foi removida, permitindo que os sedimentos do solo desprotegido sejam levados pela chuva para dentro da calha. (mais…)

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Desmatamento para plantio de eucaliptos e soja podem transformar o cerrado em deserto em poucos anos

Associação União das Aldeias Apinajé-PEMPXÀ

Durante reunião de caciques realizada no dia 25/05/2015 na aldeia Patizal, para tratar da proteção territorial e sobre os empreendimentos no entorno da terra Apinajé, os caciques resolveram se deslocar até a região da fazenda Dona Maria localizada na divisa da terra Apinajé no município de Tocantinópolis(TO) para averiguar a existência de área desmatada provavelmente para plantio de soja e/ou eucaliptos. Chegando ao local observamos uma grande área desmatada e a presença de trabalhadores com equipamentos em operação. (mais…)

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Brasil – Acumulando mais dinheiro fazendo a mesma coisa: a financeirização dos monocultivos de eucalipto da Fibria

Winnie Overbeek*, em WRM

Em 2013, circulou no Brasil uma notícia, estranha à primeira vista: a Fibria, maior produtora mundial de celulose de madeira oriunda de monocultivos de eucalipto, que tem cerca de 1 milhão de hectares de terras no Brasil, teria vendido 210 mil hectares de “suas” terras para a empresa Parkia Participações. Além disso, quando jornais brasileiros informaram sobre a venda, a Fibria disse que pretende vender, dessa mesma forma, até metade de suas terras no país, ou seja, algo como meio milhão de hectares (1). Pergunta-se, portanto, por que uma empresa que, como todas do setor, sempre buscou se apropriar de mais e mais terras para plantar eucalipto, estaria disposta a abrir mão dessas terras? Como funciona isso? (mais…)

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MPF/ES processa Fibria por fraude na titulação de mais 30 terrenos rurais

Em ação anterior, Procuradoria conseguiu a suspensão de financiamentos da empresa por conta de fraude em outros 21 terrenos

MPF/ES

O Ministério Público Federal em São Mateus (MPF/ES) ajuizou nova ação civil pública contra a Fibria (antiga Aracruz Celulose) por fraude na titulação de mais 30 terrenos rurais em nome de 17 funcionários da empresa, constando também como requeridos o estado do Espírito Santo e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Liminarmente, a Procuradoria quer que a Justiça determine a indisponibilidade desses imóveis, uma vez que há notícias de vendas de terra pela Fibria. (mais…)

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UHE Estreito: Agravamento de impactos negativos na vida da população Apinajé

Associação União das Aldeias Apinajé-PEMPXÀ

A construção pelo Consórcio CESTE da UHE Estreito, no rio Tocantins,entre os municípios de Estreito e Aguiarnópolis, na divisa dos Estados do Maranhão e Tocantins continua causando graves conflitos sociais e prejuízos ambientais para toda população atingida da região de abrangência do empreendimento. Durante e após a construção dessa hidrelétrica ocorreram inúmeras violações de Direitos Humanos e Ambientais; mortandade de peixes, inundação de áreas férteis, expulsão de populações ribeirinhas, invasão de terras indígenas, fome, doenças, perseguições e ameaças à vida das organizações e lideranças que resistiram contra a construção da obra. (mais…)

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Documentário mostra retomada de território por quilombolas no Espírito Santo

“As Sementes de Angelim”, que será lançado na quarta-feira (29), aborda a experiência de retomada de terras por quilombolas, após 30 anos de monocultura de eucalipto. O território ancestral, retomado há 5 anos, hoje gera alimentos saudáveis

FASE

“O eucalipto trouxe muita coisa ruim, acabou com as nossas caças. Nós, que somos do quilombo, estamos tentando recuperar o que eles tomaram da gente”.  Essa é uma das declarações do documentário “As Sementes de Angelim”, que será lançado na quarta-feira (29) no município capixaba de Conceição da Barra. Com imagens e edição de Fabíola Melca e realização da FASE no Espírito Santo, a produção conta com o apoio da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR). (mais…)

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Plantio de eucalipto aumenta chuva em regiões altas das Serras do Mar e Mantiqueira

Por Elton Alisson, na Agência FAPESP 

A substituição da vegetação natural das encostas das Serras do Mar e da Mantiqueira pelo plantio de eucalipto aumenta o volume de chuva sobre as áreas mais altas e, consequentemente, os riscos de deslizamentos de terra nessas regiões serranas durante a estação chuvosa – entre dezembro e fevereiro.

A constatação é de uma pesquisa de doutorado realizada pela tecnologista do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) Viviane Regina Algarve, no âmbito do Projeto Temático “Assessment of impacts and vulnerability to climate change in Brazil and strategies for adaptation option”, apoiado pela FAPESP. (mais…)

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Índias coletam sementes nativas para reflorestamento no ES. Ironia: projeto é financiado pela Aracruz Celulose (Fibria), que desmatou 50 mil hectares de mata atlântica

Ubervalter Coimbra, Século Diário

Toda a biodiversidade de aproximadamente 50 mil hectares da mata atlântica no Espírito Santo foi destruída quando a Aracruz Celulose (Fibria) derrubou a mata nativa para implantar seus eucaliptais. Agora, como se arrependida por tamanha agressão à natureza, a empresa tomou a iniciativa de capacitar mulheres indígenas para coletar sementes nativas. (mais…)

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