Podemos é a grande surpresa das eleições espanholas

Podemos conseguiu, além de uma excelente votação em toda a Espanha, votações surpreendentes no País Basco e na Catalunha, duas regiões com fortes movimentos nacionalistas que, porém, acabaram relegados a posições inferiores

Por Raphael Tsavkko Garcia, de Bilbao (Espanha), no Opera Mundi

O Podemos é a grande surpresa nas eleições espanholas. Pese a vitória do PP (direita), atualmente no governo, seus votos são insuficientes para a formação de um governo sem apoios, sendo necessária uma coalizão com o Ciudadanos (que não alcançaria a maioria absoluta) ou com o PSOE, o que não seria impensado. O Podemos conseguiu obter mais votos que o PSOE, pese ter obtido um menor número de cadeiras e o Ciudadanos, depois de um crescimento astronômico acabou como quarta força, aquém do que esperavam, mas muito além das previsões de poucos meses atrás. (mais…)

Ler Mais

De que cor é esta ministra?

Barbara Reis – Publico

Desde o fim da monarquia, Portugal teve 75 governos e mais de três mil governantes. Eram todos brancos. Até hoje, nestes 100 anos de vida republicana, não houve um único ministro “diferente”, alguém que não fosse branco como a maioria. Esta quinta-feira, Francisca Van Dunem, que é negra, tomou posse como ministra da Justiça. Mas aquilo que é óbvio dizer — “a nova ministra da Justiça de Portugal é negra e isso nunca tinha acontecido” — abriu um debate. Como é a primeira vez, o debate nunca tinha acontecido. E por isso vale escrever: em 2015, Portugal deu posse a um primeiro-ministro de origem goesa, a uma ministra negra de origem angolana e a um secretário de Estado filho e neto de ciganos. (mais…)

Ler Mais

Passeata na França: botando a língua pra fora, por José Ribamar Bessa Freire

Em Taqui Pra Ti

Uma frase – uma simples frase – me fez viajar a Montpellier, no Sul da França, para participar com 15 mil pessoas da manifestação realizada neste sábado (24) em defesa da língua occitana. Os manifestantes exigiam que a Carta Europeia de Línguas Regionais e Minoritárias, assinada pelo Estado francês em 1999, fosse finalmente ratificada pelo Senado depois de um bloqueio de dezesseis anos. Mas os senadores foram contra e, na terça-feira (27), rejeitaram por 180 votos a 155 o projeto de lei constitucional, prejudicando assim as línguas minorizadas e seus falantes.

O francês é o único idioma oficial, mas convive na França – um país plurilíngue – com línguas regionais como o occitano, o catalão, o alsaciano, o bretão, o basco, o corso, num total de 75 línguas, incluindo as faladas em território francês do Caribe e das ilhas do Pacífico, segundo relatório feito em 1999 por Bernard Cerquiglini para o Ministério da Educação. (mais…)

Ler Mais

Tomada de posição de um grupo de cientistas sociais da área das migrações: União Europeia

Por Alexandre Abreu, Beatriz Padila, Cristina Santinho, Francesco Vachiano, Inês Espírito Santo, Joana Azevedo, João Baía, Jorge Malheiros, José Mapril, Raquel Matias, Ricardo Falcão, Rui Pena Pires, em Le Monde Diplomatique/Buala

A União Europeia vive actualmente aquela que é sem dúvida uma das maiores tragédias desde que, com a assinatura do Tratado de Roma em 1957, a livre circulação foi instituída como um dos princípios fundamentais da Comunidade Europeia. Na origem desta tragédia encontram-se a intensificação dos conflitos no Médio Oriente e Norte de África na última década e meia (nomeadamente no Afeganistão, Iraque, Líbia, Síria e Palestina), o êxodo populacional que estes conflitos têm provocado e a desregulação dos sistemas de controlo nos países de origem. Porém, o carácter especialmente trágico de que se reveste a actual crise deve-se também sobremaneira a factores que se situam do lado da própria União Europeia – designadamente a crescente militarização das suas fronteiras exteriores e a tendência para a securitização da mobilidade humana. (mais…)

Ler Mais

Boaventura: “Não há escolhas ideais”

Sociólogo constata hesitações dos socialistas e disseca sectarismo dos dogmáticos, nas eleições portuguesas deste domingo. Ainda assim, recomenda: “transformações maiores virão; enquanto isso, votem à esquerda”…

Por Boaventura de Sousa Santos – Outras Palavras

Uma amiga querida, espanhola, disse-me há dias que lhe apetecia escrever uma crônica intitulada: “Votem à esquerda e deixem-se de parvoíces”. Com esta frase queria ela expressar a ideia de que, apesar de não haver escolhas ideais para votar à esquerda, o mais importante de tudo é mandar embora este governo e tudo o que ele significou para o país. Os danos mais evidentes aí estão: o país empobreceu, a classe média foi arrasada, muitos dos melhores jovens emigraram, a ciência, a saúde e a educação foram decapitadas, tudo isto para diminuir uma dívida que afinal aumentou e para relançar o crescimento econômico que afinal não surgiu e se surgir será um potenciador de desigualdades. E, para além de tudo, a corrupção. Exceptuando o Tribunal Constitucional, o sistema judicial português, além de conservador, é timorato, não sendo capaz de enfrentar políticos enquanto estão no governo. Esta é talvez uma das razões por que os dois líderes do governo queiram tanto ganhar as eleições. Qualquer cidadão minimamente atento não deixará de considerar um escândalo que, no caso dos submarinos, os alemães que corromperam os portugueses tenham sido julgados e punidos enquanto os portugueses  corrompidos por eles continuem a exercer funções públicas. (mais…)

Ler Mais

Políticas públicas não respondem à realidade do fluxo migratório na Europa

Cristina Fontenele – Adital

As atuais políticas públicas não estão respondendo, adequadamente, à realidade do fluxo de migrantes, de acordo com organizações de direitos humanos. Diante da atual crise de refugiados, líderes da União Europeia (UE) se reuniram, em Bruxelas [Bélgica], nesta terça-feira, 22 de setembro, para tentarem um acordo sobre a distribuição dos refugiados entre os Estados-membros. O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) faz um apelo aos governantes europeus, destacando que é preciso que se unam em torno de propostas emergenciais para superar as divisões entre os países e criar um compromisso político, que vá além de uma abordagem fragmentada. (mais…)

Ler Mais

Ecos de Aylan Kurdi

Por Gustavo Guerreiro, O POVO

Na última semana espalhou-se nas redes sociais uma imagem impactante: a do corpo de Aylan Kurdi, criança encontrada morta no litoral de Bodrum, na Turquia após naufrágio de embarcação de refugiados sírios que seguia em direção à Grécia. A foto ilustra com extremo grau de dramaticidade aquilo que a Anistia Internacional chamou de “a pior crise de refugiados desde a Segunda Guerra Mundial”, responsabilizando a comunidade internacional pelo “fracasso vergonhoso” no acolhimento aos desesperados em busca de abrigo. (mais…)

Ler Mais

Um mundo opaco, um grito de dor…, por Elaine Tavares

Elaine Tavares, Palavras Insurgentes

De fato, por aqui, pelo menos por agora, não vivemos uma guerra de verdade, com bombas explodindo casas e gente matando gente sem qualquer razão plausível.  Mas, é certo que nesse nosso mundo estranho, das grandes cidades, temos muitos espaços em que a violência institucional é pão comido, realidade cotidiana, tão cruel quanto a realidade de uma guerra. As balas estouram nas casas e as pessoas morrem como moscas. E, a dita sociedade, de modo geral, vai se acostumando a essas cenas, como se elas se naturalizassem. Assim, de repente, uma chacina num bairro qualquer da grande São Paulo passa a ser só uma notícia na TV. Negros e pobres, “potencialmente marginais”, nada de mais. (mais…)

Ler Mais

França: Monsanto é condenada por sequelas em agricultor contaminado por agrotóxico

Tribunal de Lyon manteve decisão de 2012 contra empresa; advogado da multinacional irá apelar e diz que alegações de danos são inconsistentes

Por Opera Mundi

Um tribunal francês manteve, nesta quinta-feira (10/09), uma decisão de 2012 na qual a empresa de biotecnologia Monsanto é declarada culpada pela intoxicação química do agricultor Paul François. Ele diz ter sofrido problemas neurológicos por inalar o herbicida Lasso em 2004.

A sentença final foi ditada pelo Tribunal de Grande Instância de Lyon. Assim, a empresa terá que indenizar o trabalhador rural por danos e prejuízos por ele sofridos. Não foram divulgados valores. (mais…)

Ler Mais

Desde 2011, se ahogaron más de 2.000 sirios

Se han ahogado en el Mediterráneo intentando llegar a Europa, informó ayer la Organización de Naciones Unidas (ONU), y agregó que no se ve el final de la guerra civil siria.

Los Andes

Más de 2.000 sirios se han ahogado en el Mediterráneo desde 2011 intentando llegar a Europa, informó ayer la Organización de Naciones Unidas (ONU), y agregó que no se ve el final de la guerra civil siria.  (mais…)

Ler Mais