Ele pode ter como programa desconstruir a categoria “mulher” e ampliar sua mirada para toda forma de subalternidade, invisível e silenciada
Por Carla Rodrigues – Outras Palavras
A obra do filósofo Jacques Derrida interessou à teoria feminista por muitas razões, uma delas foi a ligação que ele fez entre dois termos: falocentrismo, centramento no masculino, e logocentrismo, o centramento no logos, na razão, no sentido, forjando assim o neologismo falo-logocentrismo para indicar que todo discurso de poder é um discurso falogocêntrico do homem, branco, europeu, heterossexual, carnívoro, e senhor de sua própria razão, que tem o poder de dizer o que é o mundo. Ficam de fora mulheres, negros, crianças, animais, orientais, e todos aqueles que são subalternizados na categoria de “outro”. Essa é uma das explicações para que as mulheres, sendo metade da humanidade, ou os negros, sendo mais da metade da população brasileira, sejam tratadas como “minorias”. (mais…)