Indígenas enfrentam desafios para conquistar diploma de curso superior

Cibele Tenório – Repórter do Portal EBC

Teve festa na aldeia da etnia Gavião Parkatêjê no Pará quando Japupramti Parketge obteve nota suficiente para ingressar no curso de direito da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa) em 2012.

A alegria de ter conseguido uma boa nota no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) foi substituída pelo medo ao chegar a Marabá (PA), onde fica o campus da universidade. “No começo foi muito difícil porque eu sempre estudei na escola da aldeia e foi como um choque. Eu nunca tinha morado na cidade. Eu ia todos os dias da aldeia para aula e percorria uma distância de 100 quilômetros. Não entendia muita coisa que os professores falavam. Pensei em desistir”. (mais…)

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Enem: A meritocracia e outras fábulas para ninar adultos, por Leonardo Sakamoto

No Blog do Sakamoto

Passando perto de um local de realização do Enem, neste sábado, parei um pouco para ver o pessoal que seguia, cheio de pensamentos, para as salas de prova. Perto de mim, dois pais conversavam sobre o futuro de suas filhas e, claro, sobre o país. Não consigo reproduzir exatamente as palavras, mas a conversa foi mais ou menos esta:

– Nunca poupamos investimento na minha família para a educação. Educação sempre em primeiro lugar. A Paulinha, desde cedo, frequentou os melhores colégios, teve todos os livros que pediu, viajou para fora para ampliar a cultura…

– Se o Brasil fosse justo, um lugar em que o mérito fosse levado a sério, nossas filhas estariam com vaga garantida. Mas essas cotas distorcem tudo. (mais…)

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Remoção relâmpago volta à Vila Autódromo

Por RioOnWatch

Por volta das 5 horas da manhã, ontem, 23 de outubro, a Guarda Municipal e representantes da Prefeitura chegaram na Vila Autódromo, comunidade que faz fronteira com o Parque Olímpico na Zona Oeste do Rio, para demolir mais casas no bairro.

“Estava cheio de policiais”, contou João um antigo morador. A página da comunidade no Facebook relatava que assim que chegou, a Guarda Municipal bloqueou o acesso a uma parte da Vila Autódromo, impedindo moradores de se movimentarem livremente ao redor do bairro. A área foi fechada incluindo a Casa da Nanã, a antiga casa da mãe de santo de Candomblé, Heloisa Helena Costa Berto, que luta para proteger o local sagrado da demolição. (mais…)

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Seminário Desenvolvimento e movimentos sociais no Brasil: resistências e construção de alternativas, nos dias 17 e 18/11

Por Joana Barros, FASE

Ao longo de 2015, a FASE  realizou um conjunto de oficinas sobre desenvolvimento e movimentos sociais no Brasil, envolvendo a equipe técnica, suas instâncias consultivas e deliberativas  e um amplo leque de parceiros. Nosso objetivo foi debater diversos aspectos das disputas em torno do modelo de desenvolvimento, combinando planos e distintas perspectivas analíticas, explorando controvérsias e convergências, visibilizando os impactos e as lutas de resistência nos territórios e nos desafiando a avançar na construção de alternativas. (mais…)

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“Tenho medo de dormir e a polícia botar fogo no meu barraco”

Favela do Cimento diz que PM tenta expulsar moradores com torturas, ameaças e flagrantes forjados. PM nega

Por Fausto Salvadori Filho, em Ponte

Eles chegam de arma na mão invadindo casas, quebrando tudo o que encontram, ameaçando incendiar barracos com as famílias dentro e, à luz do dia, espancam um homem até fazê-lo vomitar e desmaiar de dor e tensão. O que fazer quando isso acontece, a não ser chamar a polícia? (mais…)

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Esquerda modista não está nem aí para novo Amarildo, por Alceu Castilho

Em Outro Brasil

Quem lamentará o destino do frentista João Paulo? Ele está desaparecido desde o dia 30 de setembro. Câmeras registram o momento em que três policiais militares de Fortaleza o colocam na viatura. Nunca mais foi visto.

O caso é similar ao do pedreiro Amarildo, no Rio. Amarildo Dias de Souza, morador da Rocinha, foi detido na porta de sua casa, em julho de 2013, para ser levado à sede da Unidade de Polícia Pacificadora. Sumiu. (mais…)

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A “safada” que “abandonou” seu bebê, por Eliane Brum

Como o mito da maternidade demoniza as mulheres ainda hoje e as reduz a mães desnaturadas ou criminosas, só toleradas se forem consideradas “loucas”

Em El País

Nos últimos dias, o Brasil elegeu uma nova vilã para lançar na fogueira do moralismo. Sandra Maria dos Santos Queiroz, 37 anos, é uma nordestina de Vitória da Conquista, na Bahia, que migrou para São Paulo para trabalhar como empregada doméstica. No domingo, 4 de outubro, Sandra pariu sozinha, escondida no banheiro anexo ao quarto de empregada, a sua terceira criança. O primeiro, um garoto de 17 anos, é criado por parentes na Bahia. A segunda, uma menina de três anos, vive com ela na casa dos patrões, no bairro nobre de Higienópolis. Sandra escondeu a gravidez por nove meses e passou por todas as dores do parto, que tanto atemorizam as mulheres, sem fazer alarde. (mais…)

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“Se A Rocinha Fosse Nossa”: Moradores Debatem Necessidades da Comunidade

No RioOnWatch

No sábado, 3 de outubro, cerca de 60 moradores da Rocinha se reuniram na Praça Roupa Suja para discutir seus sonhos e esperanças para a comunidade no último evento da série “Se a Cidade Fosse Nossa“. Conforme descrito na página do evento no Facebook, os moradores foram convidados a se perguntar: “E se nós, que enfrentamos todos os dias os ônibus e trens lotados, as filas nos hospitais e sofremos com escolas sucateadas, pudéssemos opinar e decidir sobre todas as políticas públicas? Imagine como seria o Rio de Janeiro se o transporte, a educação e a saúde fossem nossas”. (mais…)

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Retratos da morte num país sem guerra

Por Camila Moraes, em El País

Uma pessoa certamente gabaritada para identificar uma guerra é aquela que viu com os próprios olhos as mazelas de uma – ou de várias. O fotógrafo paulista André Liohn não nasceu em um país em guerra, mas passou 10 anos cobrindo conflitos, especialmente no leste e no norte da África. Quando voltava para casa, depois de longos períodos na estrada, somava uma perturbação às tantas que trazia na mala: “O Brasil vive uma guerra velada”. “Será esse o problema?”, pensava. E assim passou a tratar de buscar respostas não com palavras, mas com imagens, que é o que sabe fazer.

Desse questionamento surgiu o impulso para a mostra Revogo, que entra em cartaz na Caixa Cultural de São Paulo em 10 de outubro. Ela expõe 60 trabalhos de Liohn, o primeiro fotojornalista sul-americano a receber da indústria fotográfica, em 2012, o prêmio Robert Capa (um dos mais respeitados do setor) por seu registro da guerra civil da Líbia. Aqui, ele é responsável por fotografias da violência no Brasil feitas com a técnica da cobertura de guerra e que dispensam sangue para ser chocantes. (mais…)

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