2015, o ano que não terminou: uma conversa com Virgínia Fontes

“Quem imaginou que chegar ao capitalismo e chegar à democracia seria garantia de uma vida sossegada: bem-vindo ao mundo real! O mundo real no capitalismo é isso, tensão o tempo todo, crise o tempo todo – isso quando não tem guerra…”

Por Rejane Carolina Hoeveler, em Blog Junho

No último dia 29 de dezembro de 2015, entrevistamos a professora e pesquisadora Virgínia Fontes em sua casa, no Rio de Janeiro. Ela falou sobre o balanço de 2015 e as perspectivas para as lutas sociais em 2016, entre outros temas. Confira a entrevista na íntegra. (mais…)

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Natal na lama, por Antonio Claret Fernandes

Em Combate Racismo Ambiental

Vi Jesus agoniado na Bento em destruição, em meio à criançada no caminhão apressado, subindo o morro correndo com a idosa nas costas, presente em cada vítima no meio do lamaçal, gritando por socorro.

Vi Jesus indignado quando a imprensa vem primeiro, e passa o tempo inteiro dando ibope na TV, e desce gritando empurrado pela onda, e leva pancada sem saber quem nem porquê, e vai desacordado pro leito do hospital, e passa muito mal com a morte da companheira, e chora a Pessoa que se foi e o Corpo que não vem, e sofre demais o desdém do Capital, e faz as contas de quantos foram mortos, e escreve com seu sangue na porta do coração: ‘é muito mais!’. (mais…)

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2015: desencontros e riscos, por Cândido Grzybowski

Cândido Grzybowski, Ibase

Que ano este! Estamos mergulhados em uma enorme confusão, de muitos desencontros e de poucos consensos. Isto vale para nós, aqui no Brasil, mas é o que prevalece na região e no mundo inteiro. Estamos sintonizados de forma planetária – ajudados pelas novas tecnologias de informação e comunicação – neste vai e vem de gradativa perda de sentidos e rumos do viver em coletividade, com ameaças que rondam, mas não têm configuração precisa. Enfim, como os anos não passam de convenção humana milenar, seria bom podermos acabar com este 2015 e começar logo outro. Ao menos teríamos um alívio momentâneo de celebrações, já que na essência a crise instalada só parece apontar o pior, cada com mais surpresas trágicas até e ser daquelas de ciclo longo, com muita violência e destruição no caminho. (mais…)

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COP21: Se cierra el telón de la mascarada. Fue esencialmente un circo mediático.

Comunicado de Prensa de la Via Campesina, de la Coordinadora Europea Campesina, y de la Confédération Paysanne

Paris – Luego de dossemanas durante las cuales los jefes de Estado tomaron el centro del escenario para tranquilizar sus conciencias, la COP21 ha presentado un acuerdo que muchos temían por adelantado no ofrecería nada bueno para los pueblos del mundo. Nada de su contenido es vinculante para los estados, las contribuciones nacionales nos llevan hacia un calentamiento global de más de 3°C, y las multinacionales son los principales beneficiarios. (mais…)

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Multidão, a democracia como potência. Entrevista especial com Homero Santiago

“O sábio é ‘mais livre na cidade’, e de toda a filosofia espinosana decorre uma valorização da vida citadina, que é afinal de contas onde podemos estabelecer algo comum”, propõe Homero Santiago

Por Ricardo Machado – IHU On-Line

Em Brasília, o parlamento — ou, se preferir, a casa do povo — é tomado por sujeitos de terno e gravata, eleitos conforme as atuais regras democráticas e munidos de suas retóricas. Lá, a democracia é disciplinar e funciona no fio da navalha entre a legalidade constitucional e a chantagem política. Uma outra democracia, que se constitui a partir de outro paradigma, emerge em São Paulo, com cadeiras no meio das avenidas e com o peso dos cassetetes como vassouras. Enquanto a casa do povo é cheia de ritos, a rua é plena de liberdades. “A escola pública nasceu vinculada à ideia de povo, uma escola popular (um ideal da revolução francesa), mas justo aí esconde-se o ardil: a escola é um dos mais eficazes instrumentos de produção do povo pelo poder; o caso, pois, seria conceber uma escola da e para a multidão, uma escola onde não se aprenda a ser povo”, defende Homero Santiago, em entrevista por e-mail à IHU On-Line. (mais…)

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Declaração do WRM: As crises do clima e do desmatamento não podem ser reduzidas a números e resolvidas com falsas soluções

WRM

Depois de mais de vinte conferências climáticas da ONU, as negociações ainda estão direcionadas a cifras e números, como se a crise climática se resumisse a isso. Em vez de dedicar seu tempo a soluções reais, como deixar os combustíveis fósseis no subsolo, as negociações sobre o clima apresentaram deliberadamente mecanismos que permitem às empresas continuar a fazer seus negócios de sempre. Aparentemente, o desmatamento foi colocado no centro das discussões, como se fosse uma das principais causas das mudanças climáticas. Mas as florestas são vistas como meros depósitos de carbono que precisam ser conservados pelo carbono que contêm, como se isso fosse frear as mudanças climáticas. E o problema do desmatamento, por sua vez, também foi reduzido a um debate de cifras e números. (mais…)

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Às ancestrais: Quinhentos anos em um dia, por Nilma Bentes

Havia ameaça, mas não choveu.
O que era um tantinho de mulher negra virou um tantão e comoveu.
Lembrava um rio onde flutuavam milhares de flores coloridas.
As dezenas de faixas traziam mensagens; traduziam anseios de vidas doloridas.
As falas emocionadas alternavam com as melodias cheias de ginga e exalavam alegria.
Nem os fascista pró-ditadura empanaram ou reduziram nossa energia.
No todo, um Estado um tanto indiferente, embora um governo reticente. (mais…)

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Black Friday: Vou pedir para o Papai Noel que o meteoro chegue rápido, por Leonardo Sakamoto

Blog do Sakamoto

A Black Friday será o recorte através do qual os sociólogos do futuro estudarão o nosso tempo.

Não sei se esse vídeo que está bombando na rede traz cenas apenas da última sexta de promoções nos Estados Unidos. E nem importa.

Você acha que está com aquele vazio difícil de preencher ou ficando “transparente” para seus amigos e colegas? Pensa que a solução é adquirir um produto e, através dele, o pacote simbólico de cura e inserção que traz consigo? Acredita que precisa dar um presente para alguém a fim de provar que ama? Objetos de desejo coletivo são realmente úteis para você? Ou só está procurando um estilo de vida pré-fabricado para ser encaixar pois trabalha tanto que não consegue construir o seu próprio? Quanto tempo depois de uma compra impulsiva você percebe que aquilo não lhe trouxe felicidade? E quanto tempo levou até a culpa te consumir por dentro? (mais…)

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Violência e mudanças climáticas

Instabilidade social e fome, super-tempestades e secas. Lugares, espécies e seres humanos – ninguém vai escapar. Bem-vindo ao “Ocupe a Terra”.

Por Rebecca Solnit, em Common Dreams/A Casa de Vidro

Se você for pobre, a única maneira de você machucar alguém é através do tradicional e antigo método, violência artesanal, ou seja: pelas mãos, com faca, com ripa, ou, talvez, uma forma de violência moderna, mais eficaz, com um revólver ou um carro.

Mas se você for estupidamente rico, você pode praticar violência em escala industrial, sem precisar sujar as mãos, literalmente falando. Pode construir, digamos, uma fábrica escravocrata em Bangladesh pronta para desmoronar e matar mais pessoas que um assassínio em massa, ou pode calcular os riscos e os benefícios de espalhar artefatos venenosos e inseguros pelo mundo, como os fabricantes fazem todos o dias. Se você é líder de um país, pode declarar guerra e matar centenas de milhares (ou milhões) de pessoas. E os superpoderosos nucleares – Estados Unidos e Rússia – ainda têm a opção de destruir boa parte da vida na terra. (mais…)

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A coletiva da Vale e o cinismo do capitalismo

Por Maurício Angelo, em Mi

Acabou agora a coletiva da Vale, 22 dias após o rompimento da barragem em Mariana. Repito: 22 longos dias. E daí lembro de uma matéria da HSM (uma revista que tem como principal público a elite executiva do Brasil) que li ontem. Caso os dirigentes da Vale tivessem lido a matéria (o que é provável), veriam lá: Por que as empresas continuam falhando na gestão de crises? Porque falham em 5 pontos essenciais: (mais…)

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