Entrevista com Mário Teixeira de Sá, professor e doutor da UFGD. O pesquisador explica a importância do reconhecimento de um terreno de mais de dois mil hectares no distrito da Picadinha, em Dourados, como sendo área quilombola. Uma portaria publicada no dia 31 de dezembro de 2014 oficializou o território como propriedade do quilombo de Dezidério Felipe de Oliveira, mineiro que veio para a região e criou uma comunidade de que hoje reúne mais de 300 descendentes.
Em Dourados há 12 anos, o professor Mário de Sá Teixeira Júnior, da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados) é chefe do Neab (Núcleo de Estudos Afrobrasileiros) da universidade e acompanha há um bom tempo o impasse que envolveu a história da Picadinha.
Para ele, o decreto é um reconhecimento histórico e muito importante em vários aspectos. “É uma vitória da qual eu fico muito feliz em ter conhecimento. Não se trata da disputa do poder sobre a terra em si, mas sim do reconhecimento e respeito a história de uma comunidade que deve ser respeitada como todas as outras que compõem a sociedade”.