uniaocampocidadeefloresta – por Juvenal Payayá
A ciência do caraíba, do abáité, do branco é uma coisa frágil, de tão transitória ele diz hoje : “isso está superado pelas novas descobertas de amanhã”. Na ciência do homem branco nada dura mais que alguns dias, nem é admissível o pleno conhecimento, o todo saber. Na promoção de uma descoberta científica implica a escarificarção do solo, do subsolo, os minérios retirados produz desequilíbrio e a trajetória da terra ; perturbam os viventes quando desviam o caminho dos rios, condenam os pássaros destruindo as árvores frutíferas; impedem a reprodução do peixes impondo barreiras nas correntezas; retardam o rio chegarem ao oceano; vasculham os fundo dos oceanos então perturbam os silencia dos espíritos que lá habitantes.
A ciência gera dois conhecimentos: um de caráter e poder harmônico e outro imperativo, de poder destrutivo; com ele os fins justificam os meios, fomentando a morte contra quem a ele se opõe. Destes conhecimentos esperam-se a vida ou morte; sobre o primeiro diz-se originário da barbárie, perpetua a ignorância, a pobreza; apesar da harmonia com o espírito das coisas mantém o atraso. Sobre o segundo diz-se que gera o desenvolvimento, mas faz ressurgir a ira dos espíritos naturais em constante ameaça; mas a ciência nega sua existência, em seu lugar ressurge o espírito da própria ciência que o desmistifica; o espírito natural é o desconhecido. Assim impõe-se o espírito da destruição. O que dizer das marés, das nuvens, do vento, dos abalos do interior da terra? São forças gigantes, estas sim vem do espíritos mais forte, são imbatíveis, mais forte s que os homens, a força destes espíritos não podem ser controladas.
As cavernas, as flores, as cachoeiras, as lagoas, os animais superiores estão sendo parcialmente dominados, mortos, domesticados à serviço do progresso. Por outro lado, a natureza em desvantagem aparente, parece ter alertado, treinado alguns seres visíveis e invisíveis, entre estes os vírus para contra atacar os abáité, monstros ativos, eles atacam, destrói homens, animais e vegetais escravizados pelo progresso. Como soldados, o exercito do resto da natureza tem assumido papel repressivo: furacão, tempestade, gases, calor, gelo, terremotos, doenças.
A ciência está perdida ate o saber do espírito da natureza, ataca com seus projetos temporários, mas a natureza se recolhe e se recompõe, ganha força e destrói de uma só vez a escolas do homem, residências, hospitais e maquinarias, cercas, lavouras e silos, estradas veículos e laboratórios, tudo o mais. A guerra é de auto defesa, guerra da natureza contra seu inimigo declarado, o homem branco, o dito civilizador, progressista – mas neste meio vai todos, inclusive o índio.
Cabe agora quem tem a compreensão do espírito do indígena, posicionar-se: ou fica do lado da natureza, ou fica do lado do seu inimigo declarado – o abáité – o homem terrível, o homem branco.
CIÊNCIA CARAÍBA CONTRA A NATUREZA