Em carta, Povo Krepym Kateje, da T.I. Geralda Toco Preto, MA, denuncia ação de madeireiros e desrespeito a seus direitos

A carta-requerimento abaixo foi enviada pelo Povo Krepym Kateje à Presidenta da República, Dilma Rousseff, a Alexandre Silva Soares, procurador da República no Maranhão, a Suvamy Vivekananda Meireles, Corregedor-Geral de Justiça do Ministério Público do estado, e a entidades da sociedade civil e parceiros, que por sua vez estão também auxiliando na sua divulgação. (TP)  

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TERRA INDIGENA GERALDA TOCO PRETO
Itaipava do Grajaú, 04 de dezembro de 2015.
URGENTE: REQUERIMENTO Nº 04/POVO KREPYM KATEJE

Nós, povo Krepym Kateje, viemos ao povo do Maranhão, por meio desta, tornar publico que a Terra Indígena Geralda Toco Preto, localizada no municipio de Itaipava do Grajaú, historicamente foi simbolo da preservação da floresta. localiza-se na região Pré-Amazônica do Estado do Maranhão. No interior dos seus limites localizam-se tres aldeias cadastradas pela FUNAI. O cadastramento das famílias, foi realizado em todo Território.

A situação na Terra Indígena se agrava gradativamente dia após dia, no tocante a presença dos madeireiros e incêndios que consomem a floresta, matam animais e coloca em risco a vida dos indigenas residentes na terra indígena. A ponte que liga a TI e os municípios foi queimada com os atuais incêndios e estamos quase isolados.

Memorizando que em outros anos aconteceu incêndios na T.l. Geralda Toco Preto que deixaram o Povo Krepym Kateje sem roças de subsistências, deixando os indigenas em situação de insegurança alimentar. Em 2015 a historia do incêndio se repete com mais gravidade, chega atingir diretamente as famílias indígenas em todos os cantos da Tl Geralda Toco Preto. O incêndio que consome a TI nos dias de hoje tem deixado as famílias da comunidade em grande desespero e pânico. Em consequência, os povo Krepym Kateje teme que a gravíssima destruição da natureza aumente a escassez das caças e frutas nativas. As florestas nativas das margens do rio grajaú estão sendo desmatadas e queimadas e estão todos preocupados pois o rio esta secando. Estamos com dificuldade de ter água para fazer comida, dois postes cairam e a energia não tem mais.

Diante dos fatos, o Povo Krepym Kateje vem solicitar também:

1. presença de brigadas do prevfogo para combater os incêndios na terra indígena.

2. o apoio de todos na articulação e intervenção junto aos outros órgãos resposáveis pela proteção e preservação do meio ambiente, e em especial pela garantia de nossa vida.

3. solicitamos também o apoio de entidades e conselheiros da sociede civil de políticas publicas para cobrar, acompanhar e monitorar essa situação de gravidade e que nos assusta.

4. cobramos uma capacitação e formação de uma brigada indígena Krepym Kateje de combate a incêndios e de proteção ambiental.

5. implementação de um plano de proteção territorial para a TI Geralda Toco Preto.

6. nas escolas e comunidades das populações que estão no entorno da TI Geralda Toco Preto queremos cobrar aos governos municipais e estadual que executem um plano de educação ambiental para aumentar o respeito, proteção e valorização das florestas nativas e rios com campanhas de educação permanentes.

7. solicitamos ainda que a FUNAI, custei a aquisição de alimentação e combustível para as lideranças que estão combatendo os incêndios no território.

8. solicitamos, que SESAI disponibiliza os veículos para transportar as lideranças indígenas de outras regiões para nos ajudar no combate ao incêndios.

9. que as equipe multidisciplinar da SESAI permaneça na terra indígena 44 horas semanais para melhor execução das ações do Programa de Saúde.

10. ao Ministério Público Federal e o Ministério Público Estadual cobramos urgente que nos apoie e ajude e que tome as providências para que os direitos dos povos indígenas sejam cumpridos e que seja visto as responsabilidades das ausências e falhas dos órgãos publicos e que realizem as políticas publicas de combate e prevenção dos desmatamentos e queimadas na TI Geralda Toco Preto e no maranhão.

11. ações de recuperação e revitalização do rio grajaú e fiscalização diante dos crimes ambientais.

Desde já agradecemos a todos que nos ajudarem. Estamos pedindo socorro e esperamos uma resposta com urgencia.

Atenciosamente:

Caciques e lideranças indígenas das Aldeias Cibirino e Toco Preto
Cacique Acasio Barros da Silva
Jainara Dias Timbira
Leonilda Katxot Poi Barros Timbira
Fábio Dias Sousa Timbira

Aldeia Cibirino, TI Geralda Toco Preto
Itaipava do Grajaú-MA

email: [email protected]
celulares (99) 9 8447 2310

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