Índios do MS fazem vigília em frente ao STF a favor da demarcação de terras

Eles cobram da Justiça para que sejam ouvidos em decisões que os afetam. Com velas e faixas, grupo de 53 indígenas promete passar a noite no local.

Por Fernanda Calgaro, do G1

Um grupo de 53 indígenas do Mato Grosso do Sul, representantes de diferentes etnias, iniciou na noite de quinta-feira (21) uma vigília em frente ao prédio do Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília, para protestar contra a revisão de terras que já estavam demarcadas. Eles reclamam ainda que não são ouvidos pela Justiça nos processos.

Com velas e faixas, os manifestantes cantaram e dançaram no gramado do lado de fora, que foi isolado do prédio por grades.

O grupo formado por índios das etnias terena, guarani-kaiowá, guarani-ñandeva e kinikinau promete passar a noite no local. Há quatro crianças entre os participantes o ato.

O protesto encerra a agenda dos indígenas no Distrito Federal. Durante a semana, eles mantiveram encontros com integrantes dos três poderes.

Do Executivo, eles cobraram a retomada do processo de demarcação de terras e a efetivação do presidente interino da Fundação Nacional do Índio (Funai), Flávio Chiarelli Vicente de Azevedo.

A pauta no Legislativo foi para pressionar parlamentares contra propostas que tramitam no Congresso com impacto nas demarcações.

Apesar do esforço, o guarani-kaiowá Braulio Avapoty, 24 anos, disse que eles voltam para o seu Estado de origem com pouca coisa concreta nas mãos.

“Viemos buscar uma resposta para levarmos para as nossas tribos, mas até agora não temos nada”, disse.

“Estamos requerendo apenas o que é nosso por direito. Enquanto isso, estamos morando na beira de estradas.”

O índio guarani-kaiowá Braulio Avapoty, em vigília em frente ao STF, Foto: Fernanda Calgaro, G1
O índio guarani-kaiowá Braulio Avapoty, em vigília
em frente ao STF, Foto: Fernanda Calgaro, G1

Fotos: Fernanda Calgaro / G1

 

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