Território Quilombola Barra do Parateca tem relatório publicado

Incra

Às margens do silêncio do Rio São Francisco, as 404 famílias do Território Quilombola Barra do Pareteca, na Bahia, tem muito a comemorar. É que nesta quarta-feira (20) o território teve publicado o Relatório Técnico de Identificação e Delimitação (RTID), no Diário Oficial da União (DOU).

Barra do Parateca é um distrito do município de Carinhanha e se trata de uma área emblemática, delimitada em 8,1 mil hectares, no Território de Identidade do Velho Chico. A publicação representa um importante passo para os remanescentes de quilombo.

O relatório reúne estudos antropológicos, históricos, mapas descritivos que reconhecem a ocupação ancestral dessas famílias no território. Segundo o analista em reforma e desenvolvimento agrário, Luís Claudio Bonfim, do Serviço de Regularização do Território Quilombola, as famílias foram muito firmes ao resistir em favor de seus direitos.

O território é composto por 45 imóveis rurais, e 25 proprietários e posseiros que serão notificados. De acordo com Bonfim, após a notificação, há um prazo de 90 dias, para que o relatório técnico possa ser contestado.

História

A história da região começa no período colonial, quando, nas margens do São Francisco, embarcações passavam na região que era uma espécie de entreposto, de acordo com o relatório antropológico. Moradores antigos relatam que a povoação da Fazenda Parateca começou com os escravos que trabalhavam para o Major Olegário.

A história da comunidade traz uma trama familiar comum para época. O filho de Olegário teve uma filha com uma escrava, que adotada pelo Major. Filomena, aos 12 anos foi obrigada a se casar com o vaqueiro José Ribeiro. “Quando Olegário estava à beira da morte, doou parte da Fazenda Parateca para que o casal sobrevivesse”.

Agricultura

A comunidade sobrevive da pesca artesanal, agricultura de subsistência, tais como, plantio milho, feijão e mandioca. Cultivo de pequenas roças nas vazantes, lameiros (quando rio desce e a terra se torna fértil) e ilhas do rio.

Foto: Incra

Comments (1)

  1. Gostei, mas achei ique; deveria ser mais abrangente. Mesmo antes desta pesquisa, para ser reconhecido o Quilombo, sempre conversava com os meus avós maternos, para entender como surgiu Barra do Parateca, eles também foram dos primeiros habitantes de lá. Doutor Olegário, era proprietário da Fazenda Capim de Raiz, em Parateca-Malhada. E a Fazenda que ele doou a Dona Filomena (filha), é em Barra do Parateca- Carinhanha. Fazia divisa com a Fazenda de Dona Alzira Bastos, ( viúva, cunhada de Dr. Olegário).
    Achei que os primeiros moradores, do povoado; depois Distrito Barra do Parateca, deveriam ser citados.

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