Após cantos racistas contra Balotelli, Inter de Milão é punida

A Inter de Milão foi multada, nesta segunda-feira, em 15 mil euros, aproximadamente R$ 40 mil, pelos cantos ofensivos proferidos pela sua torcida contra Mario Balotelli, na partida contra o Chievo, neste domingo.

Mesmo sem a presença do atacante do Milan, os torcedores gritaram que na Seleção Italiana não poderia existir negros. Com isso, a liga desportiva do país teve a decisão de punir o clube. Massimo Morati, presidente dos nerazzurri, também lamentou o ocorrido. “Sinto muito pelos coros racistas contra Balotelli, espero que não se repitam no clássico”, declarou, referindo ao jogo entre os dois times que acontece no dia 24.

Ainda no domingo, no empate em 1 a 1 do Milan contra o Cagliari, Balotelli também foi alvo de outros atos racistas. Ao marcar o gol de sua equipe, o atleta fez gesto de silêncio para os torcedores adversários que o insultavam.

Ex-jogador do Inter de Milão, o atacante foi contratado pelo Milan após duas temporadas no Manchester City. De volta à Itália, ele já marcou três gols em dois jogos.

Enviada para Combate ao Racismo Ambiental por José Carlos. http://www.df.superesportes.com.br.

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Para presidente do Olodum, Bahia virou a terra de Ivete Sangalo

João Jorge, presidente do Olodum, diz que divisão desigual de recursos no Carnaval empobrece a Bahia. Foto: Márcio Lima/Folhapress

Por Nelson Barros Neto, de Salvador

É Carnaval em Salvador, e João Jorge Rodrigues, 57, presidente do Olodum, crava: há um monopólio na divisão de recursos na folia da Bahia, que é “terra de uma artista só” – Ivete Sangalo.

Na força da cantora, o líder do “bloco mais aclamado e conhecido no planeta”, em suas palavras, vê um caráter étnico: ela é branca. A vinda a Salvador de atrações como o sul-coreano Psy, diz, é mais um retrato de uma Bahia que não valoriza seus artistas, sua negritude.

João Jorge falou à Folha na sede do Olodum, em um belo sobrado encravado no Pelourinho. Em seguida, tinha outra entrevista: com o americano Spike Lee, 55, que filma “Go Brazil Go!”, documentário sobre a ascensão econômica do país, que também vai abordar o Brasil da perspectiva racial. Sobre isso, ele sentencia: a capital baiana “é campeã mundial de apartheid”. Sobretudo nos dias de folia.

Mestre em direito público pela Universidade de Brasília (UnB), João Jorge vai na contramão do discurso dominante entre os envolvidos no Carnaval de Salvador.

Folha – Enquanto cresce a participação popular em blocos de rua no Sudeste, o Carnaval é criticado na academia e por referências do samba e do próprio axé.

João Jorge – O Carnaval do país é um retrato do Brasil atual. Ele é um Carnaval discriminatório, segregado, com mecanismos que reproduzem o capitalismo brasileiro: a grande exclusão da maioria em beneficio de uma minoria. (mais…)

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