Após ler neste blog o apelo do antropólogo Terri Vale de Aquino, cujo filho indígena, Irineu Kaxinawá, de 19 anos, está preso há quatro meses em Tarauacá (AC), o advogado João Tezza decidiu assumir a defesa dele sem cobrança de honorários. O advogado criminalista Armyson Lee, do escritório de Tezza, já está em Tarauacá para obter cópia do processo. Os dois advogados vão apresentar habeas corpus em defesa do índio kaxinawá junto ao Tribunal de Justiça do Acre.
O filho do antropólogo foi preso no dia 3 de outubro do ano passado. Ele é acusado de ter praticado o crime de furto qualificado contra a loja de Maria Raimunda Menezes Saraiva, do município de Jordão. O indígena está sujeito a pena de reclusão de dois a oito anos, de multa, além de responder por corrupção de menor, pois um primo menor de idade participou do furto.
– Me parece, em princípio, sem julgamento de mérito, que já há excesso de prazo, além do que a preventiva não tem o menor fundamento – disse Tezza. Lee assinalou que o índio é réu primário, tem bons antecedentes e não possui vida criminosa. – Ele preenche todos os requisitos para obter a sua liberdade provisória. Não houve danos, pois os bens furtados foram todos devolvidos. Ele está sendo injustiçado por perseguição – acrescentou. (mais…)



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Dona Estelina, de quase 80 anos fala com dificuldade e dor sobre a piora da situação de sobrevivência no quilombo de Bairro Alto, município de Salvaterra. “Hoje a gente passa mais de semana sem comer peixe. Tem muita rede sendo colocada no rio, impedindo o peixe a subir o igarapé. Antigamente tinha fartura de peixe. Também a gente botava roça. Hoje não tem mais terra pra gente roçar e plantar. Antigamente nós tinha muita melancia, jerimum, maxixe, banana. Hoje as crianças nem mais conhecem isso. E quando a gente ainda tenta plantar um pouco, é provável que os búfalos vão lá e acabam com tudo. As terras pro norte são do americano. Uma terra enorme. Do outro lado é da juíza. Do lado sul é da Embrapa. Então não tem mais terra pra gente plantar”.
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