A pobreza afecta 26,6 por cento das crianças e dos adolescentes indígenas do Chile. Apesar do aumento do acesso à educação, verificam-se diferenças no ensino médio e superior
Cristina Santos
Fazer parte de um povo indígena «põe as crianças e os adolescentes numa situação de maior vulnerabilidade», concluiem o Ministério de Desenvolvimento Social do Chile e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) num estudo intitulado «Incluir, Somar e Escutar – Infância e Adolescência Indígena». Os meninos e meninas indígenas representam 8,7 por cento do total de menores de 18 anos de idade, no Chile.
Segundo o estudo, citado pela agência Adital, a pobreza afecta 26,6 por cento das crianças e dos adolescentes autóctones do país. «A diferença de pobreza relaciona-se estreitamente com a condição de actividade e segurança trabalhista dos chefes de casa. As mulheres apresentam um atraso em matéria de inserção laboral, acentuando-se nas indígenas e rurais. Também a situação contratual é mais instável neste grupo», revela a publicação.
O estudo apresenta ainda outro dado preocupante: as línguas indígenas estão a perder-se; a população infantil não as conhece. Perto de 90 por cento das crianças não fala nem entende a sua língua originária. Um fator positivo a destacar é o aumento do acesso à educação tanto para os petizes indígenas como para os não indígenas, refere a Adital. Se na educação pré-escolar e no ensino básico a cobertura é idêntica, no ensino médio e superior surgem algumas diferenças entre os jovens índios e os restantes.
«O acesso à educação superior requer políticas que incorporem nos processos de ensino as particularidades culturais dos povos indígenas com o objectivo de paliar as diferenças de cobertura, possibilitando um acesso à educação superior com igualdade de condições», indica o estudo.
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