Isabela Vieira, Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – As comunidades com unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) na capital fluminense vão contar a partir da próxima segunda-feira (9) com o apoio de especialistas da área de ciências sociais e direitos humanos, que terão a missão de ouvir os moradores e levar suas reclamações e sugestões aos comandantes das UPPs, facilitando o diálogo com a Polícia Militar.
De acordo com o secretário de Assistência Social e Direitos Humanos, Rodrigo Neves, que coordena o programa Gestor Social Territórios da Paz, a ideia oferecer instrumentos de controle social e dar transparência as ações da segurança pública nas comunidades pacificadas, contribuindo para a mediação de conflitos e na identificação de violação de direitos humanos.
Atuarão de forma permanente no programa cerca de 50 profissionais selecionados, em 2011, por meio de edital público. A coordenação é de Daniel Misse, mestre em ciências jurídicas e sociais e superintendente de Territórios da secretaria. Desde o ano passado, Misse promove debates e seminários para discutir com representantes das comunidades as políticas públicas necessárias para as regiões pacificadas.
Rodrigo Neves disseque cada núcleo de gestores em direitos humanos atenderá nas próprias unidades, onde terão a responsabilidade de levar as demandas dos moradores e das redes de organizações sociais aos próprios comandantes das 18 UPPs já implantadas e das comunidades da Rocinha e do Vidigal, cuja instalação das unidades está prevista para este ano.
“Essa interface é fundamental para evitar a militarização da vida social e comunitária”, disse Rodrigo Neves. “É uma retaguarda importante no processo de pacificação, que tem na retomada do território seu primeiro passo. É o acesso à Justiça, nessas áreas [com UPP], que vai garantir a consolidação desse processo pacificação”, completou.
A Secretaria de Direitos Humanos marcou para sexta-feira (6), às 8h30, uma reunião dos comandantes das UPPs com os gestores. Devem participar também o coordenador das unidades, o coronel Rogério Seabra e o subsecretário Antonio Biscaia.
O Gestor Social Territórios da Paz começou como programa piloto, em 2011, nas comunidades de Santa Marta, na zona sul, da Providência e do Complexo de São Carlos, no centro, do Complexo do Alemão, na zona norte, e da Cidade de Deus, na zona oeste.
Edição: Aécio Amado
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