Na realidade, o nome de José Cláudio constava na lista de marcados para morrer desde 2001, como aponta a coordenação nacional da CPT. O advogado José Batista, da CPT/Marabá, município próximo a Nova Ipixuna, assegura que a publicação do caderno da CPT com a relação das lideranças de trabalhadores rurais de todo o País é entregue oficialmente ao Ministério da Justiça e repassado também aos governos estaduais, onde há pessoas ameaçadas.
O caderno de 2010 foi publicado dia 18 de abril deste ano e entregue para o representante do Ministério da Justiça com pedido de proteção. Em todo o País, a CPT listou 125 ameaçados de morte por conflitos no campo em 2010. O caderno contendo os nomes dos ameaçados de morte e os locais dos conflitos, com a relação dos 30 marcados para morrer no Pará foi repassado também ao governo paraense. A relação segundo Batista é elaborada há mais de 20 anos, mas desde 2007 é oficialmente entregue aos governos federal e dos Estados. “Todos se omitiram”, denuncia o advogado da CPT.
O medo impera na reserva extrativista
O casal executado tinha um filho em comum, que fica órfão aos 15 anos. Mas, também deixa outros filhos, que tiveram de casamentos anteriores. A família chora a morte do casal e também se sente ameaçada. A irmã de Maria, Cláudia Santos, pede justiça, mas acha que vai ser difícil continuar a luta do casal ambientalista. Ela acredita que após a polícia sair da área, as ameaças poderão voltar e a vida na reserva extrativista poderá ficar cada vez mais perigosa. Irmãos e o filho dos casal ainda não sabem se permanecem no local. (mais…)