Um dos prédios fiscalizados pela polícia nesta operação deverá ser expropriado pelo governo, com base na lei de Extinção de Domínio.
A Procuradoria Geral de Justiça do Distrito Federal ressaltou que a rua de Manzanares já é uma zona conhecida de ser um dos principais pontos de prostituição em consequência do tráfico de pessoas, lenocínio e corrupção de menores no país. A polícia constatou que muitos locais serviam apenas de fachada, já que ao fundo dos estabelecimentos foram encontrados pequenos quartos onde as mulheres exerciam a prostituição.A Procuradoria também informou que das 80 pessoas presas, cerca de 20 já tinham relação com os crimes de tráfico, lenocínio e corrupção de menores. Os demais presos eram clientes que alimentavam essa rede de crime organizado, e depois de terem prestado depoimentos foram liberados. Entre os detidos, 22 disseram ser dos estados de Puebla e Tlaxcala.
Um dos exploradores da prostituição preso foi identificado como Manuel Rodríguez Mejía, chefe de uma quadrilha dedicada a recrutar mulheres jovens, pobres e indígenas para explorá-las como escravas sexuais. Segundo as autoridades, ele é irmão de Armando Rodríguez Mejía, também acusado de cometer crimes de corrupção de menores e lenocínio. O filho de Miguel também foi preso nesta mesma operação.
Dados do tráfico no México
De acordo com a Coalizão Regional contra o Tráfico de Mulheres e Meninas na América Latina e no Caribe, cerca de 1 milhão e 200 mil pessoas já foram vítimas do tráfico de pessoas no México, o que coloca o país na quinta posição na ocorrência deste tipo de crime na América Latina. Segundo a entidade, são nos estados fronteiriços localizados no norte e no sul do país onde mais se registram a ocorrência das redes criminosas de tráfico.
Além da exploração e do comércio de vidas humanas, o país também é conhecido pelos conflitos envolvendo migrantes que sonham em atravessar, mesmo que ilegalmente, as fronteiras do país rumo aos Estados Unidos.
O ‘Diagnóstico das condições de vulnerabilidade que propiciam o tráfico de pessoas no México’, da Comissão Nacional de Direitos Humanos, revela que esta atividade aparece como o segundo negócio ilícito mais rentável do México, perdendo apenas para o tráfico de drogas. O estudo também mostra que depois da Tailândia, o México é o segundo país que mais fornece pessoas traficadas para os Estados Unidos.
A maioria dos 31 estados mexicanos tem ordenamento jurídico que considera o tráfico de seres humanos como crime. No entanto, apenas 13 estados contam com uma lei especial que prevê proteção para as vítimas e quatro estados não apresentam tipificação para este delito, nem Lei especial para as vítimas. A Procuradoria Geral de Justiça do Distrito Federal informou que de 2008 a março deste ano, 123 vítimas do tráfico foram resgatadas e 23 pessoas foram sentenciadas por praticar este crime.
http://www.adital.com.br/hotsite_trafico/noticia.asp?lang=PT&cod=56747