Operação policial realiza novas prisões de envolvidos com tráfico de pessoas

Tatiana Félix
Na noite do último sábado (21), a polícia mexicana realizou uma operação na conhecida rua de Manzanares, no bairro La Merced, capital do México, que acabou na prisão de 80 pessoas suspeitas de cometerem o crime de tráfico e exploração de seres humanos. Nesta operação, que percorreu bares e hotéis baratos do local, foram resgatadas mais de 60 mulheres, incluindo menores de idades, vítimas da rede criminosa do tráfico, que as obrigava a se prostituir.Este tipo de trabalho forçado é uma das principais características do tráfico de seres humanos, que para captar suas vítimas se utiliza de falsas promessas de trabalho.

Um dos prédios fiscalizados pela polícia nesta operação deverá ser expropriado pelo governo, com base na lei de Extinção de Domínio.

A Procuradoria Geral de Justiça do Distrito Federal ressaltou que a rua de Manzanares já é uma zona conhecida de ser um dos principais pontos de prostituição em consequência do tráfico de pessoas, lenocínio e corrupção de menores no país. A polícia constatou que muitos locais serviam apenas de fachada, já que ao fundo dos estabelecimentos foram encontrados pequenos quartos onde as mulheres exerciam a prostituição.A Procuradoria também informou que das 80 pessoas presas, cerca de 20 já tinham relação com os crimes de tráfico, lenocínio e corrupção de menores. Os demais presos eram clientes que alimentavam essa rede de crime organizado, e depois de terem prestado depoimentos foram liberados. Entre os detidos, 22 disseram ser dos estados de Puebla e Tlaxcala.

Um dos exploradores da prostituição preso foi identificado como Manuel Rodríguez Mejía, chefe de uma quadrilha dedicada a recrutar mulheres jovens, pobres e indígenas para explorá-las como escravas sexuais. Segundo as autoridades, ele é irmão de Armando Rodríguez Mejía, também acusado de cometer crimes de corrupção de menores e lenocínio. O filho de Miguel também foi preso nesta mesma operação.

Dados do tráfico no México

De acordo com a Coalizão Regional contra o Tráfico de Mulheres e Meninas na América Latina e no Caribe, cerca de 1 milhão e 200 mil pessoas já foram vítimas do tráfico de pessoas no México, o que coloca o país na quinta posição na ocorrência deste tipo de crime na América Latina. Segundo a entidade, são nos estados fronteiriços localizados no norte e no sul do país onde mais se registram a ocorrência das redes criminosas de tráfico.

Além da exploração e do comércio de vidas humanas, o país também é conhecido pelos conflitos envolvendo migrantes que sonham em atravessar, mesmo que ilegalmente, as fronteiras do país rumo aos Estados Unidos.

O ‘Diagnóstico das condições de vulnerabilidade que propiciam o tráfico de pessoas no México’, da Comissão Nacional de Direitos Humanos, revela que esta atividade aparece como o segundo negócio ilícito mais rentável do México, perdendo apenas para o tráfico de drogas. O estudo também mostra que depois da Tailândia, o México é o segundo país que mais fornece pessoas traficadas para os Estados Unidos.

A maioria dos 31 estados mexicanos tem ordenamento jurídico que considera o tráfico de seres humanos como crime. No entanto, apenas 13 estados contam com uma lei especial que prevê proteção para as vítimas e quatro estados não apresentam tipificação para este delito, nem Lei especial para as vítimas. A Procuradoria Geral de Justiça do Distrito Federal informou que de 2008 a março deste ano, 123 vítimas do tráfico foram resgatadas e 23 pessoas foram sentenciadas por praticar este crime.

 

http://www.adital.com.br/hotsite_trafico/noticia.asp?lang=PT&cod=56747

 

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